Especiais | 27-11-2025 09:00

“O desafio é conseguir fazer chegar informação a pessoas que vivem alheadas do que se passa à sua volta”

“O desafio é conseguir fazer chegar informação a pessoas que vivem alheadas do que se passa à sua volta”
38 ANOS DE O MIRANTE
Miguel Pacheco, presidente do conselho de administração da Desmor, EM, SA – Empresa Municipal de Desporto de Rio Maior - foto O MIRANTE

Fico incrédulo com a constante tendência do povo português para o autoflagelo. Temos de puxar por aquilo que fazemos bem, mas continua a ser mais frequente encontrarmos notícias daquilo que fazemos menos bem.

Quais são as pessoas que mais admira?
Para além da família, os nossos amigos mais próximos são os nossos pilares, mas destacaria o impacto que o meu primeiro professor criou na minha chegada à idade escolar. Tive a sorte de ter uma professora de 1.º Ciclo (escola primária, como se designava à data) que me marcou muito e de forma positiva. Mais tarde, ao ter feito uma carreira desportiva como atleta de natação durante muitos anos, o meu treinador foi a segunda grande e boa influência que tive durante a adolescência e chegada à vida adulta. Estou muito grato por ambos se terem cruzado na minha vida e admiro-os para sempre.
Qual considera ser a sua terra, aquela onde se sente realmente bem e à vontade?
Faço, sobretudo, elogios ao nosso país, que embora tenha problemas estruturais que continuam por resolver, é, sobre muitos pontos de vista, um território de grandes virtudes tais como a solidariedade do povo Português e a riqueza cultural, gastronómica e geográfica.
Por vezes é difícil sermos atendidos telefonicamente e, mesmo presencialmente, em muitos serviços, sejam públicos ou privados. Já lhe aconteceu?
Tenho feito uma forte adesão aos serviços online e, em muitos casos, quase se dispensa por completo a necessidade de deslocação física ou de apoio telefónico. Ainda assim, já tive alguns, poucos, episódios menos positivos em serviços públicos ou privados, precisamente quando não é possível resolver o que pretendemos apenas com o acesso aos serviços online.
Consegue utilizar bem as novas tecnologias, nomeadamente as aplicações úteis, através do telemóvel?
Utilizo várias aplicações diariamente e que ajudam numa boa gestão do tempo com conforto para a realização de operações que, antes dessas aplicações, significavam perdas de tempo. Dou como exemplo, o pagamento de uma factura de serviços ou de uma transferência bancária, operações hoje à distância de meia dúzia de toques no telemóvel.
Como descreveria O MIRANTE a alguém de outra região que nunca tivesse contactado com o jornal?
Faço uma leitura regular de O MIRANTE como forma de conhecer o que se passa nos territórios que estando tão perto de nós, estão longe no dia-a-dia. O MIRANTE aproxima-nos uns dos outros partilhando o que de bom e menos bom se vai fazendo na região.
Ainda lê o jornal em papel? Porquê?
A sensação única de folhear, de sentir o papel continua a justificar que a edição física tenha espaço para coexistir com as publicações online.
Em Portugal há mais de 60 municípios sem um jornal ou rádio de informação local. Sentiria falta de informação local se vivesse num deles?
Meios de comunicação social que cubram territórios mais alargados podem suprir essa insuficiência de informação ao nível mais local. Por vezes a informação até existe, mas as formas de a fazer chegar às pessoas não permitem essa democratização e julgo mesmo que esse é o desafio, conseguir chegar às pessoas, pois muitas vivem alheadas do que se passa à sua volta.
Muita informação chega-nos através das redes sociais. Sabe quem faz, escreve e publica aquelas informações e vídeos?
Sou um consumidor residual das redes sociais, faço-o muito por questões utilitárias e profissionais mas pelo oiço e leio de quem se debruça sobre este tema, há uma tendência crescente de desinformação e falta de credibilidade de quem à distância de um teclado produz informação e nem sempre se consegue distinguir informação credível de informação duvidosa.
O que é que achou deste inquérito?
A comunicação social tem um papel cada vez mais relevante nas nossas vidas. Paramos pouco para pensar, andamos sempre num ritmo frenético e se não for a comunicação social a fazer-nos chegar informação útil, viveremos cada vez mais isolados no nosso contexto próximo sem perceber o que se passa à nossa volta.
Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista por um dia?
Ficarei a partir de hoje a pensar no assunto. Não era até aqui uma profissão que fizesse parte dos meus “apetites”.
Qual foi a última notícia que o deixou incrédulo?
Fico incrédulo com a constante tendência do povo português para o autoflagelo. Temos de puxar por aquilo que fazemos bem, mas continua a ser mais frequente encontrarmos notícias daquilo que fazemos menos bem.
O que gostaria de acrescentar?
Louvar iniciativas como esta de ouvir as forças vivas de cada território. Contribuem para fortalecer os laços com as comunidades locais.

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