Estudantes estrangeiros duplicaram numa década mas falta oferta em inglês
Há mais alunos estrangeiros a escolher Portugal para estudar, mas muitas instituições continuam a ignorar as recomendações feitas pelo Governo há sete anos.
O número de estudantes estrangeiros no ensino superior português mais do que duplicou na última década, mas a “fraca oferta” de cursos em inglês faz com que sejam, maioritariamente, falantes de português, revela o estudo do Edulog.
O estudo ‘Estudantes nacionais e internacionais no acesso ao ensino superior’, divulgado pela Fundação Belmiro de Azevedo, mostra que há mais alunos estrangeiros a escolher Portugal para estudar, mas muitas instituições continuam a ignorar as recomendações feitas pelo Governo há sete anos.
Em 2014 o relatório “Uma Estratégia para a Internacionalização do Ensino Superior Português” apresentava várias advertências que, segundo o estudo divulgado, “não foram aplicadas”. Uma delas era a importância de ter formação educativa ministrada em inglês.
No ano lectivo 2019/20, dos quase 50 mil estudantes internacionais, quase três em cada quatro (72,9%) falavam português: 40,63% eram provenientes do Brasil e 32,29% da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Dos restantes cerca de 13 mil alunos destacavam-se os jovens oriundos de Espanha, França, Itália e Alemanha, “havendo comunidades importantes de lusodescendentes em, pelo menos, alguns destes países”.
Para os investigadores do Edulog, esta realidade significa que se “mantém uma das fragilidades do processo de internacionalização resultante da fraca oferta de ciclos de estudo na língua inglesa”, uma questão que tinha sido abordada nas recomendações do relatório, “aparentemente sem grandes resultados”.