Abrantes vai investir dez milhões na nova ESTA e residência de estudantes
A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes funciona há 25 anos em instalações provisórias. Nova escola pretende atrair mais cursos, professores e alunos. Oposição levantou reservas quanto ao projecto.
A Assembleia Municipal de Abrantes debateu a construção das novas instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no Parque de Ciência e Tecnologia Tagusvalley, bem como a edificação de uma nova residência de estudantes junto à Escola Dr. Manuel Fernandes. Os dois projectos representam um investimento global de 10,5 milhões de euros.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), sublinhou que a ESTA funciona há 25 anos em instalações provisórias que nunca foram pensadas para o ensino superior. “Vamos ter verdadeiramente uma escola feita para mil alunos, capaz de captar mais cursos, mais professores e de responder melhor às empresas e ao concelho”, afirmou, acrescentando que este é o momento certo para avançar graças ao financiamento europeu através do Fundo de Transição Justa.
A oposição levantou reservas quanto ao projecto. Artur Cortês, do CDS, questionou a oportunidade da mudança e a estratégia associada, perguntando que novos cursos e oportunidades serão criados para os alunos. Já João Mira, do PSD, focou-se na escala do investimento face à actual procura, lembrando que no último concurso nacional de acesso entraram apenas 36 alunos na ESTA. “É o edifício que tem de servir o projecto e não o projecto que tem de servir o edifício”, defendeu.
Em resposta, Tiago Ricardo, do PS, considerou as críticas injustificadas, sublinhando que a comunidade educativa anseia há décadas por melhores condições. “Se os estudantes e os professores dizem que precisam desta escola nova, não faz sentido questionar a pertinência das obras”, afirmou, garantindo existir uma gestão responsável dos fundos públicos.
Manuel Valamatos voltou a defender o projecto, argumentando que sem uma nova escola não será possível reforçar a oferta formativa nem assegurar a sustentabilidade da ESTA. “Querem que a ESTA morra? A única forma de garantir o seu futuro é investir numa escola moderna, capaz e ajustada às necessidades actuais”, concluiu, reiterando o compromisso de criar uma estrutura preparada para mil alunos e para um maior dinamismo do concelho e da região do Médio Tejo.
Recorde-se que a nova ESTA representa um investimento de cerca de 8 milhões de euros e terá capacidade para mil alunos, mais 600 do que a actual, estando previsto um prazo de execução de aproximadamente três anos. Já a residência de estudantes, com capacidade para 54 alunos e um piso dedicado ao ensino das artes e da música, deverá ficar concluída em 300 dias.


