Entrevista | 06-07-2016 20:27

Desde os 10 anos a trabalhar com os escapes

Desde os 10 anos a trabalhar com os escapes
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Jorge Nunes é responsável pela Casa dos Escapes, em Santarém, desde 2005. Cresceu em Aveiras de Cima mas vive há já alguns anos em Santarém. Tem uma casa ligada à montagem de escapes em veículos, um trabalho que faz desde os 10 anos por influência do pai. Não gosta que lhe chamem patrão e diz que a sua paixão é passear de mota com a mulher.

Desde infância que está ligado ao mundo dos escapes para automóveis e há 30 anos que trabalha no ramo sem parar. O gosto por essa parte específica dos automóveis, motos e camiões foi crescendo e aos 50 anos Jorge Nunes adora o que faz. É responsável pela Casa de Escapes desde 2005, empresa que está situada na Estrada Nacional 3, em São Pedro, Santarém, mas se há coisa que não gosta é que lhe chamem de patrão.
“Não gosto desse título. Gosto é de estar com as ferramentas e trabalhar com os carros ali no meu cantinho”, afirma Jorge Nunes que sabe que a responsabilidade que tem faz com que não tenha horário. “Há sempre alguns trabalhos lá atrás para fazer com escapes e também trabalho no computador para controlar stocks e encomendas que fazemos depois do horário normal”, acrescenta.
“A formação em mecânica que tive foi a trabalhar desde os 10 anos”, refere. Jorge Nunes é natural de Aveiras de Cima e foi nessa freguesia do concelho de Azambuja que aprendeu o ofício com o seu pai que por volta de 1978 abriu uma empresa dedicada aos escapes. “O meu pai trabalhava como serralheiro numa fábrica de escapes em Lisboa e antes de ter a própria empresa chegava a fazer uns biscates à noite e aos fins-de­-semana e ia deixando serviço para mim”, conta o responsável da Casa de Escapes que assim aprendeu e tomou o gosto pela actividade enquanto andava na escola.
E os sonhos nunca foram outros, admite, sublinhando que gosta muito da área. “Em casa também ajudava nas vinhas da família e também fazia outras campanhas para ir ganhando o meu dinheiro”, conta Jorge que sendo apreciador de vinho, não bebe muito porque o corpo não o tolera muito bem. “Só fui à Ávinho uma vez, até parece mentira”, acrescenta referindo-se à festa da sua terra natal. “Temos lá familiares e chego a ir aos jantares da minha inspecção, mas a minha família está dispersa. A minha mãe é de Braga e o meu pai é de Ferreira do Zêzere, pelo que vou lá pouco mais do que uma vez ao ano”.
Depois do nono ano tirado, Jorge Nunes voluntariou-se para ir para a tropa aos 17 anos para procurar outro rumo. “Havia um curso de electrónica que era uma área que estava a dar os primeiros passos, mas os exames psicotécnicos disseram que dava para mecânico e não cheguei a fazê-lo”, revela. Hoje afirma não ter problemas em montar e desmontar computadores apesar da falta de tempo para se dedicar a essa área. “Gosto muito do que faço, mas se tivesse menos 15 anos ainda arriscava ao tirar um curso de electrónica ligada aos automóveis. Hoje a electrónica está muito presente nos carros e até nos escapes”, aponta.
O primeiro emprego de Jorge surgiu aos 20 anos em Lisboa, numa casa ligada à serralharia e aos escapes, e em Viseu viveu e trabalhou durante dois anos na mesma área. Em 1989 a empresa de escapes do seu pai mudou-se para Santarém, onde Jorge Nunes vive desde esse ano e só em 2003 é que surgiu o nome de Casa de Escapes, depois da transformação de empresa unipessoal a empresa por quotas. Em 2005 o seu pai deixou a liderança da casa e foi Jorge que a assumiu.
Há 11 anos a gerir a Casa de Escapes, Jorge Nunes gosta mais de trabalhar com os veículos, “não sou grande apreciador de papeladas”. Na empresa tem mais dois colaboradores que o ajudam na montagem dos escapes e na parte burocrática, mas a casa já chegou a ter cinco pessoas a trabalhar na década de 1990. “Já houve mais trabalho, mas ainda nos conseguimos mexer bem, apesar da cambalhota no país e na Europa”, sublinha.
Nos poucos tempos livres o responsável pela Casa de Escapes tem como paixão o motociclismo. Jorge admite gostar mais de passeios do que de concentrações e gostaria de um dia ter uma Vespa para os passeios “engraçados” que se costumam fazer nesses veículos. Para já aventura-se com a mulher em longos passeios com casais amigos, tendo já ido a França de mota. “A última viagem que fiz foi com a minha mulher e mais três casais amigos, da nascente do rio Tejo, em Albarracín, Espanha, até à foz”, afirma.
Jorge Nunes é casado há 25 anos e tem uma filha de 21 anos que nunca ligou a essa área. “Ela gosta de gestão de informação, área em que está a tirar uma pós-graduação”, pelo que não há continuidade na família neste ramo.

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