"Bandas filarmónicas souberam reinventar-se"
Samuel Pascoal dirige a banda filarmónica da Gançaria e foi homenageado recentemente em Santarém.
Samuel Pascoal cresceu numa família de músicos e por isso foi com naturalidade que aos oito anos ingressou na banda da Sociedade Filarmónica Instrução e Cultura Musical da Gançaria, concelho de Santarém. A mãe e o irmão mais novo tocam trompete. O pai e o irmão do meio tocam percussão. Samuel optou pelo clarinete. Pertencem todos à Banda da Gançaria. Samuel Pascoal é maestro da banda há cerca de três anos. Nem sempre é fácil dirigir os pais e os irmãos mas garante que com calma e paciência tudo se consegue e que até hoje nunca houve problemas.
Aos 30 anos, o maestro da banda da Gançaria foi homenageado em Novembro num concerto organizado pela Sociedade Filarmónica Alcanedense e pelo Centro Cultural Regional de Santarém. Uma distinção que confessa ter recebido com surpresa. "A banda filarmónica de Alcanede, além de ser a mais antiga do concelho, também já lá toquei. Quando a banda da Gançaria foi criada existiu alguma rivalidade porque muitos dos elementos que estiveram na criação da banda da Gançaria tocavam em Alcanede e não foi fácil. Além disso, são meios pequenos. Fiquei muito contente pelo reconhecimento, sobretudo porque sou um jovem", disse a O MIRANTE.
Além de maestro na banda da Gançaria, Samuel Pascoal é músico na Banda da Armada desde 2007. Começou a escrever música aos 17 anos e actualmente é compositor de música erudita. Nunca teve dúvidas que o seu percurso profissional seria na área da música.
Samuel vive com a esposa, Marta, no Carregado, a meio caminho entre Lisboa e a Gançaria, onde se desloca todas as semanas para os ensaios da banda filarmónica. Samuel Pascoal afirma que existe cada vez mais jovens nas bandas filarmónicas e diz que isso se deve ao facto destas terem sabido reinventar-se e evoluído. "As bandas filarmónicas souberam adaptar-se aos tempos modernos. Tocam músicas conhecidas do grande público. Enquanto maestro não posso dar ao público o que eu gosto mas sim o que eles querem ouvir. Acredito que as bandas filarmónicas vão continuar no futuro porque os jovens gostam de música. Só têm que ser atraídos e isso compete às bandas saberem cativá-los", refere.
* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.