Entrevista | 13-08-2019 10:00

“Em criança tinha uma enciclopédia e passava horas a decorar os países e as capitais”

“Em criança tinha uma enciclopédia e passava horas a decorar os países e as capitais”
TRÊS DIMENSÕES

Helena Santos é sócia gerente dos Ginásios Da Vinci da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.

A minha vida já deu muitas voltas. Estive vinte anos fora de Portugal. Passei por Abu Dhabi, Nigéria, Singapura, Holanda e Malásia. Durante esse tempo estive ligada a escolas internacionais e leccionei português.

A minha primeira experiência profissional foi num laboratório de gorduras vegetais. Estudei no Instituto Superior Técnico em Lisboa. Antes, fiz o meu percurso escolar até ao secundário no concelho de Vila Franca de Xira. Nasci e cresci em Vialonga.

Quando comecei a dar aulas foi em cursos pós-laborais. Rapidamente me apaixonei pelo ramo do ensino e decidi voltar à faculdade para tirar uma especialização. O meu percurso desde que assumi a gestão dos Ginásios Da Vinci, da Póvoa e Forte da Casa tem sido muito bom. Registámos um crescimento de 320 por cento. O próximo passo será abrir em Alverca.

A minha filha mais velha tem vinte e dois anos e nasceu em Portugal mas com quatro meses foi para Abu Dhabi comigo. Confesso que encarei a maternidade com alguns receios. Passados 14 meses nasceu, também em Portugal, a minha segunda filha.

Gosto de ler biografias e livros com contextualização histórica. Neste momento estou a ler a biografia de Michele Obama. Não gosto muito de ficção e se vir um filme só acabo satisfeita se me chocar ou deixar a chorar.

Sou uma mulher com as emoções à flor da pele. Choro com alguma facilidade e não suporto que me mintam. Também não gosto de pessoas que passam por cima das outras para atingir os seus objectivos.

Os cães são uma das minhas paixões. Colaborei com vários canis noutros países e assisti a casos terríveis. Em Portugal fico contente por ter sido proibido o abate mas as taxas de abandono continuam a ser preocupantes, especialmente no Verão. Ter um animal é uma grande responsabilidade e eu sempre tratei os meus como se fossem membros da família.

Nunca esquecemos as nossas memórias de infância. Sorrio espontaneamente quando me lembro das brincadeiras com as minhas amigas, no Bairro do Mocho, em Vialonga. Brincávamos até os nossos pais nos chamarem para ir para casa. Hoje é ao contrário, tem de se puxar mais pelos jovens para brincarem na rua.

Sou muito curiosa desde que me conheço. Em criança tinha uma enciclopédia e passava horas a decorar os países e as suas capitais. Se não tivesse vivido noutros países e conhecido outras culturas, hoje seria uma pessoa muito amarga. Ainda quero fazer uma viagem pelo mundo. A rota vai ter de passar pela Patagónia, Argentina, Canadá, Vietname e Hawai.

Viver na Ásia fez-me acreditar mais no destino através da sua filosofia budista. Tudo é calmo excepto o trânsito que é caótico. Ainda hoje pratico Yoga e meditação para me acalmar.

O mercado devia apostar mais nos jovens. Tento contratar professores jovens e com ideias novas para implementar mas acima de tudo que gostem realmente da profissão.

Há professores que não gostam de dar aulas nem dos seus alunos. Já ouvi uma vez um docente dizer que só se está bem na escola na altura das avaliações.

Quando um aluno tira más notas há pais que apontam o dedo aos professores. Antigamente isto seria impensável. Os pais não se podem esquecer que são um agente importantíssimo na educação dos seus filhos.

Nos Da Vinci da Póvoa e Forte da Casa damos explicações e apoio ao estudo desde o primeiro ciclo até ao ensino superior. Temos uma psicóloga que faz acompanhamento constante aos nossos alunos. Temos yoga, danças e em breve vamos ter um workshop de representação.

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