Entrevista | 14-08-2019 12:30

Começou como bate-chapas e comprou a sua própria oficina aos 17 anos

Começou como bate-chapas e comprou a sua própria oficina aos 17 anos
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Jorge Oliveira é sócio-gerente da Pereira & Veríssimo na zona industrial de Tomar.

Jorge Oliveira, actualmente com cinquenta e dois anos, começou a trabalhar aos treze, depois de terminar o sexto ano. A sua vontade era prosseguir os estudos mas o pai precisou que ele fosse trabalhar. Mais tarde ainda tentou estudar à noite mas não conseguiu conciliar o trabalho com a escola.

“Tive pena de não ter continuado os estudos porque os conhecimentos são importantes para todos e permitem-nos ir mais longe na vida. Ainda por cima eu era um aluno acima da média. Infelizmente as responsabilidades chamaram por mim cedo”, refere.

Como sempre gostou de carros decidiu aprender a profissão de bate-chapas. Começou por ser bate-chapas numa oficina da sua terra, Venda Nova, Tomar. Depois foi mudando de oficina até aos 17 anos, altura em que lhe surgiu a oportunidade de comprar uma oficina própria com o dinheiro que tinha conseguido juntar.

Como a oficina não tinha grandes condições construiu uma pequena garagem por trás da sua casa, em Tomar. Entretanto, conheceu o seu actual sócio, Augusto Veríssimo, que trabalhava na área da pintura de carros, num espaço junto ao seu. “Começamos a dar serviço um ao outro. Quando eu precisava ele dava-me trabalho de pintura e quando ele precisava eu dava-lhe trabalho de bate-chapa. Fizemos isto durante muito tempo”, recorda.

O trabalho dos dois amigos funcionou tão bem que decidiram tornar-se sócios e construir uma oficina com todas as condições de trabalho. Criaram a Pereira & Veríssimo e inauguraram a oficina, situada na Zona Industrial de Tomar, em Julho de 2017. São cerca de 1.100 metros quadrados de área coberta e ainda a parte exterior. Jorge Oliveira diz que foi a melhor decisão que tomaram.

“Os espaços em que trabalhávamos eram pequenos e aqui temos todas as condições. É um serviço mais profissional e trabalhamos muito com companhias de seguros que era o que pretendíamos também”, diz.

A Pereira & Veríssimo – Reparação Automóvel disponibiliza serviços ao nível de reparação de mecânica geral, bate-chapa, pintura e electrónica. Trabalha com todas as companhias de seguros disponibilizando viaturas de cortesia. Além dos sócios-gerentes, a empresa tem uma equipa de trabalho composta por dez colaboradores a tempo inteiro.

Jorge Oliveira e o seu sócio orgulham-se do investimento que fizeram na nova oficina. “Não tivemos nenhum apoio do Estado”, diz, acrescentando que a qualidade no serviço é o segredo do sucesso para o negócio correr bem.

Jorge Oliveira explica que é muito importante que todos os veículos automóveis façam manutenção com regularidade e que os condutores não deixem chegar ao ponto dos carros avariarem.

“As reparações ficam muito mais caras que as manutenções. As pessoas estão cada vez mais cientes disso”, diz. Os principais problemas que aparecem na oficina para reparar são relacionados com chaparia e pintura. O empresário conta que também os problemas electrónicos são cada vez mais comuns e deixa um alerta a quem faz poucas viagens com o seu carro.

“Os carros novos têm, por vezes, problemas ao nível do filtro de partículas. Os automóveis que circulam apenas em pequenas voltinhas na cidade devem, pelo menos uma vez por mês, fazer uma viagem maior para limpar as partículas. É o próprio carro que se limpa a ele próprio”, ressalva.

O empresário é casado e tem três filhos. A filha mais velha, Neuza, já trabalha com ele, na empresa, no sector da contabilidade. A filha do meio é engenheira alimentar e o mais novo estuda no Instituto Politécnico de Tomar.

Jorge Oliveira conta que trabalha cerca de 12 horas por dia mas nos tempos livres aproveita para ir à caça, um passatempo que o liberta durante algum tempo dos assuntos do dia-a-dia. Javalis, veados, tordos, pombos, perdizes e patos são alguns dos animais que gosta de caçar. O convívio com os amigos é o mais importante e no final juntam-se a comer o que caçaram. “Não me convidem para cozinhar, mas gosto de comer”, brinca.

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