Entrevista | 11-11-2019 07:00

“Também se podem formar e desenvolver empresas de sucesso no interior”

“Também se podem formar e desenvolver empresas de sucesso no interior”
TRÊS DIMENSÕES

Joel Jerónimo é director-geral da Asfertglobal que produz biofertilizantes.

Foi na infância que começou a sua ligação à agricultura. Joel Jerónimo, agora com 46 anos, é o director-geral da empresa Asfertglobal, focada na criação de biofertilizantes e estimulantes, localizada em Perofilho. Licenciado em Engenharia de Produção Agrícola, nasceu em França, é casado e tem dois filhos, com 11 e 13 anos.

Sempre que posso gosto de assistir aos treinos e jogos dos meus filhos. A modalidade que praticam é rugby. Também não gosto de estar parado e por isso pratico exercício físico com regularidade. Sinto que isso me traz a energia fundamental para um dia-de-dia tão exigente como o meu.

Gosto de viajar e recentemente visitei a Grécia. Foi um país que fiz questão de mostrar aos meus filhos, para que conhecessem um dos berços da civilização moderna. Defendo que as viagens nos devem acrescentar algo a nível de conhecimento. Em Portugal, recentemente fui até ao Douro, a mais antiga região vinícola demarcada do Mundo, que tem paisagens extraordinárias.

“Homo Deus – História Breve do Amanhã”, de Yuval Noah Harari, foi o último livro que li. Quanto a música, gosto de músicas que me transmitam mensagens, por isso tenho preferências por bandas como Dave Matthews Band e Pearl Jam, mas ouço de tudo um pouco, também depende da ocasião. O último filme que fui ver ao cinema foi o “Joker”.

Cedo percebi que era importante ter uma preocupação pela sustentabilidade da agricultura. Foi dessa vontade e preocupação ambiental que surgiu a Asfertglobal. O principal foco da empresa é o desenvolvimento de biofertilizantes e bioestimulantes com base no uso de microorganismos e de novas moléculas orgânicas provenientes de fontes naturais.

É uma enorme satisfação poder apostar na ciência e biotecnologia em Portugal. E ainda mais importante é exportar esse conhecimento para tantos países. Contribuímos para que os agricultores consigam optimizar os recursos do solo, reduzindo a aplicação de fertilizantes à base de produtos químicos.

A empresa exporta para 16 países e a ideia é aumentar a diversidade de mercados. Neste momento exportamos para Espanha, França, Itália, Grécia, Turquia, Bulgária, Suíça, Marrocos, Rússia e África do Sul. Participámos, recentemente, no Fruit Attraction, um evento muito importante para o sector agrícola, em Madrid, onde fizemos alguns contactos importantes de novos clientes, e onde apresentámos dois novos produtos de excelência – o Kiplant Essence e o Mycoshell Tabs – que fizeram muito sucesso.

A minha infância no Cadaval motivou o meu gosto pela agricultura. É uma região fortemente agrícola (não fosse o concelho de maior produção nacional de pêra rocha). A proximidade com a agricultura sempre foi uma realidade ao longo do meu crescimento. Sempre tive gosto e aptidão pelas ciências naturais.

É preciso desmistificar a ideia de que só em Lisboa e Porto é que se conseguem formar empresas de sucesso. As restantes regiões do país são igualmente capazes e têm profissionais de elevado nível. Hoje em dia não é difícil chegarmos rapidamente onde é preciso estar, seja através da tecnologia ou das vias de comunicação. Claro que, tendo em conta o nosso sector de actividade, faz todo o sentido estarmos numa zona agrícola.

Já vivi em França, onde nasci, mas Santarém, onde vivo actualmente, é uma cidade com excelente qualidade de vida. Está bem localizada e é segura. Vivi em Castelo Branco, onde tirei a licenciatura em Engenharia de Produção Agrícola. Antes de Santarém vivi no Cartaxo.

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