Entrevista | 14-01-2020 18:00

“Temos que investir mais no centro histórico de Santarém”

“Temos que investir mais no centro histórico de Santarém”
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Andreia Silva é sócia-gerente do restaurante Sabores do Pátio, na Rua Capelo e Ivens, em Santarém. Desde pequena que está habituada a viver no mundo dos negócios, onde se sente como peixe na água.

Em pequena, depois das aulas, costumava vestir o avental e imitava a avó a vender frutas e hortícolas. Mais tarde, quando estudava no ensino superior, ajudava no restaurante dos tios, em Santarém. Andreia Silva, 28 anos, sempre viveu entre negócios. Talvez por isso, não surpreendeu que na hora de escolher a área de estudos a seguir, tenha optado pelo curso de gestão.

Actualmente a gerir o restaurante Sabores do Pátio, na Rua Capelo e Ivens, em Santarém, juntamente com a amiga e sócia Vera Fonseca, a empresária escalabitana garante que ainda vale a pena investir no centro histórico da cidade e que o segredo na área da restauração é o empenho e a qualidade dos produtos.

Nascida e criada em Santarém, Andreia Silva sempre se destacou na disciplina de matemática. Filha de uma vendedora de frutas e hortícolas e de um proprietário de um restaurante, a empresária sempre contou com o apoio dos pais quando decidiu ir tirar o curso de técnico de gestão na Escola Profissional de Rio Maior. E porque não quis ficar por ali, continuou os estudos, licenciando-se em Gestão, em 2016, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Santarém.

“Foi um ano depois que recebi um convite da minha tia a perguntar se queria trabalhar no restaurante dela como ajudante de cozinha. Como já quando estudava ia para lá ajudar, disse logo que sim”, conta Andreia Silva, revelando que foi nesse mesmo local que conheceu Vera Fonseca, que executava a função de cozinheira e já trabalhava na área da restauração há 18 anos. “Ela propôs-me abrirmos o nosso próprio negócio e não hesitei”, confessou a empresária.

Solteira e sem filhos, Andreia Silva passa os dias entre compras de produtos alimentares, a atender os clientes e de volta da “papelada”. O seu dia começa pelas oito da manhã, hora em que toma o pequeno-almoço e vai até às lojas do centro histórico da cidade para comprar as frutas e legumes frescos para a confecção dos pratos do almoço. Segue depois para o restaurante, para arranjar a esplanada e preparar o balcão para começar a atender os clientes.

“No Verão nunca chego a parar, mas no Inverno, devido às temperaturas, a partir das quatro horas da tarde as ruas ficam com menos movimento e é quando posso discutir com a Vera a ementa dos dias seguintes”, adianta a empresária, que sai do seu estabelecimento e ainda vai para casa tratar da papelada.

Com o restaurante aberto há quase um ano, Andreia adianta que, até agora, o que mais a marcou foram as várias crianças que foram bater à porta do seu estabelecimento para pedir comida para a família. “Sei que existe muita pobreza escondida, mas nunca pensei que fosse assim tanta. Incomodava-me bastante e quando podia ajudava sempre”, revela a empresária, dizendo que estes pedidos ocorriam sobretudo durante o Verão, à hora de jantar, quando tinha o restaurante aberto.

Andreia Silva confessa que trabalhar na área da restauração nos tempos que correm não é fácil devido à cada vez maior exigência dos clientes. Mas, acredita, se houver empenho diário e utilização dos melhores produtos, o negócio facilmente prospera. Não vê a concorrência como um problema e o facto do seu estabelecimento estar localizado no centro histórico da cidade também é algo que não considera prejudicial. “O centro histórico de Santarém está mal aproveitado e vê-se pouca gente nas ruas nesta altura do ano. Devia de haver mais união entre os comerciantes para dinamizar esta zona”, afirma Andreia Silva.

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