Entrevista | 04-02-2020 10:00

“Temos que evoluir e acompanhar os novos conceitos de hotelaria e gestão”

“Temos que evoluir e acompanhar os novos conceitos de hotelaria e gestão”
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Pedro Ferreira, 37 anos, é gerente da Rolfrio, Sociedade Comercial de Equipamentos Hoteleiros, em Riachos. Desde criança acompanha de perto a actividade da empresa fundada pelo seu pai há 25 anos.

Nasceu em Torres Novas e viveu no Entroncamento até se mudar recentemente, tal como a empresa que gere, a Rolfrio, para Riachos, no concelho de Torres Novas. Foi após a morte do pai que Pedro Ferreira assumiu os comandos da empresa criada pelo progenitor em 1995. Fez todo o percurso académico e concluiu os cursos profissionais de Manutenção e Electromecânica e de Climatização e Refrigeração no Entroncamento. Estagiou noutras empresas, porque os cursos assim o exigiram, mas sempre acompanhou a Rolfrio de perto, desde os 11 anos.

Confessa que sente que os pais se dedicaram ao trabalho para lhe deixar este legado e, por isso, continuar e melhorar o negócio é uma honra. Não esconde a vontade de, um dia, ver um dos filhos (actualmente com 13, 9 e 2 anos) seguir as suas pisadas, embora não os influencie nas suas escolhas. “São livres de pensar e escolher o que querem seguir”, afirma categórico.

A empresa completou recentemente 25 anos de vida. Daqui a outros 25, Pedro Ferreira acredita que ainda estará a trabalhar, uma vez que não terá alcançado a idade da reforma. “Isto é o meu ganha-pão, é possível que em duas décadas esteja a preparar a passagem de testemunho, com calma. Mas enquanto cá estou gostaria de ver a empresa evoluir”, garante o gestor. Acrescenta que nos últimos dois a três anos a Rolfrio atingiu um patamar histórico ao passar de “uma simples loja que vendia torradeiras e outros pequenos electrodomésticos para algo muito maior”.

Pedro Ferreira recorda o pai como um homem precavido, que não gostava de dar passos maiores que as pernas. Os tempos eram outros e, numa empresa pequena, era ele que controlava tudo. Quando pegou na empresa, depois da doença do pai, admite que teve que tomar algumas atitudes para evitar a estagnação ou mesmo o encerramento.

A opção foi evoluir e adaptar-se ao mercado actual, às novas tecnologias, aos novos conceitos de hotelaria e da própria gestão. Garante que o risco que correu foi feito com confiança no futuro e, tal como o seu pai, diz ter aprendido a gerir com a experiência e a observação do dia-a-dia. “Não sei tudo, todos os dias aprendo coisas novas. Aprendo com outras empresas, com clientes e com todos os que trabalham comigo”, garante.

A empresa que ocupa 600 metros quadrados na Rua de Santo António, em Riachos, conta com oito funcionários, três na parte administrativa, orçamentação, facturação, contabilidade e projectos, e cinco técnicos responsáveis pela montagem, manutenção, assistência técnica e toda a parte de serviço ao cliente.

A Rolfrio tem três tipos principais de clientes: os institucionais, como instituições de solidariedade social, que normalmente pedem produtos relacionados com cozinhas industriais e lavandarias; os profissionais de restauração e bebidas, hotéis, bares, restaurantes e cafés, que procuram equipamentos de cozinha e de bar; e o cliente particular, que, regra geral, procura sistemas de climatização.

Neste momento Pedro Ferreira garante que o que mais pesa na facturação da empresa é a assistência e não a venda. “Embora haja um crescimento do turismo na região, observo que grande parte dos empresários ainda não tem margem de manobra para adquirir novos equipamentos, optando pela reparação, que sempre vai remediando”, refere. Os clientes da Rolfrio são maioritariamente da região, mas também do Alto Alentejo.

Ainda a adaptar-se à função de gestor da equipa, Pedro Ferreira reforça que o que não pode faltar na liderança é calma. “Se estivermos alterados a única coisa que conseguimos transmitir é essa alteração. Aprendi isso com erros que já cometi”, confessa, assegurando que a tranquilidade chega com a idade: “A adrenalina de pensarmos que vamos salvar o mundo vai-se perdendo com o passar do tempo”.

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