Entrevista | 11-02-2020 15:00

“A carga fiscal coloca-nos a corda ao pescoço”

“A carga fiscal coloca-nos a corda ao pescoço”
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Rosalina Maria tem 54 anos, é sócia gerente do café-restaurante Sabores do Terminal, em Riachos, e do Brisa D´Aire, na Chancelaria, ambos no concelho de Torres Novas.

Rosalina Maria nasceu e foi criada na aldeia de Rexaldia, Torres Novas. Os pais eram comerciantes nas feiras e desde muito nova acompanhava-os para os ajudar. Completou o 7º ano de escolaridade e recorda os tempos em que havia ainda a tele-escola, que foi a forma como completou os estudos. O seu primeiro trabalho foi na apanha da fruta no campo, aos 13 anos. Casou com 18 anos, tem três filhas e sempre trabalhou na área da restauração. A experiência profissional que foi ganhando, aliada ao gosto pela cozinha, impulsionou-a para abrir o seu próprio negócio.

Até agora abriu quatro restaurantes, mas os que ainda mantém abertos são o Sabores do Terminal, em Riachos, há 10 anos, e o Brisa D´Aire, na Chancelaria, há dois anos, ambos no concelho de Torres Novas.

A empresária diz que se fosse hoje não voltava a abrir um negócio na área da restauração. Ao todo, nos dois espaços dá emprego a 10 pessoas, mas a carga fiscal “é um horror”, qualifica. “O Governo empurra para que avancemos com o nosso próprio negócio mas o pior são as despesas fiscais que nos colocam a corda ao pescoço”, refere.

Além desta justificação, acrescenta que a restauração é uma “prisão”. Todos os dias entra no Sabores do Terminal por volta das 08h00 e sai depois das 22h00. Em breve vai começar a abrir também aos domingos, com buffet.

As três filhas são o pilar de Rosalina no que toca à gestão e ajuda diária nos dois restaurantes. Alguns clientes estão já fidelizados ao Sabores do Terminal, um local muito frequentado por camionistas que trabalham ou estão de passagem em Riachos.

O restaurante serve diárias e as especialidades são o frango na brasa, o polvo à lagareiro e o cozido à portuguesa. “Gosto de tudo o que cozinho. Aliás, não confecciono pratos que não aprecio”, diz. O segredo para o sucesso é “gostar muito do que se faz”, revela. “Não sei tudo, estou sempre a aprender e a actualizar-me, mas não há dúvida que não precisamos de estar a inventar muito, porque a cozinha tradicional portuguesa é muito rica”, acrescenta.

Rosalina é a cozinheira do restaurante Sabores do Terminal mas está sempre em contacto com a sua cozinheira do Brisa D´Aire. “Muitas vezes estou a cozinhar e ao telefone com ela para lhe dar alguns dos meus segredos”, diz.

A cozinheira e empresária diz que o ano de 2019 foi o que mais se ressentiu na quebra de clientes. “Sinto que o poder de compra das pessoas continua muito baixo, mas há pessoas que querem comer bem, muito e barato. E isso é impossível”, explica. Para Rosalina Maria ouvir os elogios aos seus pratos e à simpatia no serviço é muito gratificante: “Não é isso que põe mais dinheiro em caixa, mas sabe muito bem ouvir e vou de coração cheio para casa”.

Nos tempos livres Rosalina Maria não dispensa a adrenalina. Tem uma mota e faz parte do grupo motard Mós Rolantes, de Assentis. “Gosto muito de andar de mota, é muito libertador”, explica. É presença em alguns passeios de mota mas refere que deixa sempre tudo pronto e com alguma antecedência para poder ir um ou dois dias fazer esses passeios.

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