Entrevista | 12-08-2021 21:00

Casa Memória de Camões. Câmara não pode ter uma posição totalitária

Casa Memória de Camões. Câmara não pode ter uma posição totalitária
Rui Duarte defende que o município deve investir mais na Casa Memória de Camões mas sem ter uma atitude totalitária e dominadora

Rui Duarte foi arquivista na autarquia e convidado por Máximo Ferreira para pertencer aos órgãos sociais.

O MIRANTE continua a dar atenção à Casa Memória de Camões e ao burburinho que se tem gerado com críticas e enjoos da actual direcção presidida por António Matias Coelho, que é também avençado da Câmara Municipal de Constância. Rui Duarte foi arquivista na autarquia e convidado por Máximo Ferreira para pertencer aos órgãos sociais. Diz que está de saída assim que forem realizadas eleições. Mas falou abertamente sobre as polémicas e o que sabe sobre património não inventariado e do conhecimento dos sócios.

O presidente do conselho fiscal, de que faz parte, é muito crítico do presidente da direcção e do presidente da câmara. Está solidário?

Acho que faz algum sentido essa intervenção crítica. Na medida em que parece estar a existir uma certa ingerência política no direito de associação, no direito às colectividades de gerirem os seus interesses. A autarquia deveria esclarecer melhor a sua posição. Os associados devem perceber o porquê de isso estar a acontecer, quais as vantagens para a associação, quais as vantagens para o concelho. É importante que isso seja transparente e nesse sentido acho que deve ser defendida essa posição.

Está a dizer que também sente que a câmara está a meter-se onde não deveria?

É importante que isso fique muito claro, muito esclarecido e que não restem dúvidas das razões e eventuais vantagens que isso pode trazer para a associação e também para o concelho.

Acha que algum dia, só como associação, aquela Casa Memória tem futuro? Não terá de ser um projecto político acima de tudo?

Deve ser um projecto que congregue diversos interesses. Nomeadamente interesses políticos. Penso que a câmara, dado o potencial do mito camoniano para o concelho, em termos culturais, políticos, turísticos, deve investir nesse projecto. Mas investir não significa, parece-me, ter uma posição totalitária ou particularmente dominadora

O espírito da fundadora, Manuela de Azevedo, devia manter-se?

Eu creio que sim. Deve manter-se e deve ser perpetuado.

O actual presidente da direcção disse que não tinha sequer dinheiro para pagar a uma funcionária e que não lhe restou outra alternativa que pedir a intervenção da câmara…

Importa primeiro referir que o presidente da direcção tem uma relação de trabalho com a câmara que já se verificava antes de assumir a presidência. De facto, a associação parece não ter, até pelo número de associados e pelas receitas geradas, condições para suportar os encargos com um funcionário. Isso só tem sido possível porque a câmara municipal tem financiado esse custo. Se a câmara não o pode fazer por essa via e isso implica alterar os estatutos, é um aspecto jurídico que eu não sei responder.

Como vê essa mistura entre poder político e o facto do poder político se aproveitar de ter os seus homens de confiança na associação para de certo modo assaltar a associação?

É isso que tem de ficar transparente. São esses aspectos que têm de ficar muito claros para que não reste de facto nenhuma dúvida.

*Leia a entrevista completa na edição semanal em papel desta quinta-feira

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