Mulheres sujeitam-se a anos de violência doméstica para não perderem os filhos
Filipa Ribeiro da Cruz é jurista da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e nos tempos livres gosta de escrever. Publicou, em 2021, o seu segundo livro que foi concluído em Paris, onde fez um estágio no consulado português.
As mulheres vítimas de violência doméstica ainda se sujeitam a uma vida de abusos para não perderem os filhos. Além da maioria depender financeiramente do companheiro agressor, também receia que os filhos lhes sejam retirados. A opinião é de Filipa Ribeiro da Cruz, jurista da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em Lisboa. A jovem, de 26 anos, natural de Almeirim, foi distinguida em 2019 pela APAV, na categoria Investigação, pela tese de mestrado com o tema “O papel da vítima no processo penal português”,
“Ainda existe o estigma em que a vítima pensa que se abandonar o lar e fugir do companheiro agressor ele fará qualquer coisa para lhe retirar ou afastar dos filhos. Esse é um dos principais motivos para as mulheres aceitarem anos de violência doméstica. Há cada vez mais vítimas informadas dos direitos que têm mas tem que haver um empoderamento da mulher para perder o medo e denunciar sempre que há agressões”, afirma a jurista.