Entrevista | 17-07-2024 10:00

Beatriz Corceiro: a engenheira das energias renováveis que quer emigrar e tem uma irmã famosa

Beatriz Corceiro: a engenheira das energias renováveis que quer emigrar e tem uma irmã famosa
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Conversa de Beatriz Corceiro com O MIRANTE realizou-se no âmbito do Dia Internacional da Mulher na Engenharia

Reservada e interessada pela matemática, sem jeito para a exposição pública, Beatriz Corceiro trabalha como engenheira na área das energias renováveis.

Irmã de Margarida Corceiro, destaca-se por ser uma das poucas mulheres num sector muito masculino. Esta é a história de uma jovem com gosto por estar em casa, apreciar um bom vinho, e que tem como objectivos mais prementes comprar casa, ter filhos e fazer uma viagem à Austrália.

Beatriz Corceiro é uma jovem, das poucas engenheiras industriais, que não gosta de ir às compras, não liga a maquilhagens, prefere estar em casa, gosta de cozinhar e os torneios de padel são o que a faz tirar da vida reservada, mesmo com uma irmã famosa que é totalmente o oposto. A história da menina loira de olhos azuis pode parecer desinteressante, mas a sua forma de estar no mundo, de encarar a vida e de lidar com o mediatismo do qual sempre fugiu, mas que lhe entra em casa, fazem a diferença numa juventude da imagem e da exposição nas redes sociais.
Desde pequena que gostava de matemática e de físico-química. Era aluna de tirar notas de 18 ou 19. Depois do secundário na Ginestal Machado na área de ciências, saiu de Santarém para o Instituto Superior Técnico para estudar engenharia e gestão industrial. No último ano do curso deu-se a pandemia e as restrições que foram impostas acabaram por dar tempo a Beatriz Corceiro, 25 anos, de reflectir e optar por fazer um mestrado em gestão da energia. Fez um ano de Erasmus em Estocolmo e adorou a Suécia, para onde é provável que volte para trabalhar, ou talvez vá para a Holanda onde tem colegas com a sua profissão, ou Espanha. A perspectiva de emigrar vem das melhores condições salariais, acesso a habitação e porque é uma pessoa de desafios.
Está a trabalhar no grupo Mota-Engil na área das energias renováveis, depois de ter feito um estágio na EDP. Assume que fazia todo o sentido começar a sua carreira em Portugal. Uma das coisas boas de se trabalhar é não ter que ocupar os fins-de-semana a estudar. A menos boa é não ter a flexibilidade de horários que tinha quando era estudante. Praticamente todos os fins-de-semana deixa a capital para estar em Santarém com a família e os amigos, alguns dos quais do tempo de adolescente. Não é religiosa, nem baptizada, agradecendo aos pais o espírito liberal que tiveram na sua educação.

Estar em casa sozinha a apreciar um vinho é um luxo
A conversa com Beatriz Corceiro, que decorreu na casa de família em Santarém, com vista sobre o Tejo, veio a propósito do Dia Internacional da Mulher na Engenharia. Recebe-nos com um sorriso revelador da forma descontraída como está na vida. A jovem, que considera que as mulheres são mais preocupadas com as questões das alterações climáticas, realça que trabalha maioritariamente com homens. A engenharia, sobretudo a da sua área, tem poucas mulheres, lamenta, com a esperança que o sector seja mais feminino porque as mulheres têm outra sensibilidade que é importante no mundo empresarial.
Beatriz Corceiro não faz questão de casar. Quer ter filhos, mas só depois dos 30 anos de idade e quer comprar uma casa. Outro objectivo é fazer uma viagem à Austrália. O seu luxo é sentar-se em casa sozinha a apreciar um vinho, sobretudo tinto, e ler ou ver séries e filmes. Aprendeu a gostar de vinho quando esteve na Suécia. O pai mandou-lhe umas garrafas para ela levar para os jantares em que era convidada e começou a beber por educação.
A engenheira não se deixa afectar pelas notícias desfavoráveis ou especulações à volta da vida da irmã Margarida Corceiro, seguindo aquilo que a actriz e modelo aconselhou à família: não lerem, não ligarem a comentários. O facto de ser reservada também afasta quem queira entrar em mexericos. Os amigos respeitam a privacidade. Conta que já desde pequena que a irmã dizia que um dia ia aparecer na televisão, que gostava de representar, de cuidar da imagem e de participar em actuações na escola, que Beatriz ia sempre assistir. Reconhece que a irmã tem mais jeito para a imagem, para se arranjar, não fazendo comparações sobre qual é a mais bonita.

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