Entrevista | 05-11-2024 12:00

Nuno Azevedo não sabe se concorre à câmara, desvaloriza concorrência e a sua estratégia é fazer o que tem sido feito em Coruche

Nuno Azevedo não sabe se concorre à câmara, desvaloriza concorrência e a sua estratégia é fazer o que tem sido feito em Coruche
ENTREVISTA COMPLETA DA EDIÇÃO SEMANAL
Nuno Azevedo, presidente da concelhia do PS de Coruche, garante que a estrutura local vai trabalhar com um partido unido

Nuno Azevedo é o presidente da União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra e foi recentemente eleito, para o terceiro mandato, presidente da concelhia do PS de Coruche, que tem a responsabilidade de escolher os candidatos do partido nas próximas autárquicas.

Mas o dirigente, que desta vez teve a concorrência de Fátima Galhardo, vice-presidente do município, que disputa taco a taco a influência nos militantes, ainda não tem uma ideia de quem podem ser os candidatos, nem se ele próprio se chega à frente para a câmara municipal, à qual Francisco Oliveira já não se pode recandidatar. Nuno Azevedo tenta desmarcar-se da sua adversária, dizendo que tanto podia ser ela como outra pessoa a disputar as eleições internas, que ela acabou por perder por quatro votos, nem se compromete na resposta à pergunta se a convida para uma possível lista que lidere à câmara. Neste momento o presidente do PS de Coruche só tem uma estratégia que é dar continuidade ao trabalho de manter o PS como um partido ganhador no concelho de Coruche e conquistar a freguesia do Couço. E remete a escolha dos candidatos para 2025, a poucos meses das eleições.

Vai ser o candidato do PS à câmara? Ainda não há nenhuma decisão sobre isso. Houve recentemente eleições para a concelhia com duas listas, o processo democrático funcionou. A maioria dos militantes decidiu que a minha lista era a que estava em melhores condições.
Mas gostaria de ser, ou não, o presidente da câmara? A concelhia tem um conjunto de bons quadros que podem assumir diferentes funções autárquicas no concelho. Sempre estive disponível para aquilo que o partido entendeu que eu seria necessário. Se o partido considerar que sou necessário a algumas funções terei de estar disponível. Foi sempre esta a minha postura.
A concorrência da vice-presidente da câmara, Fátima Galhardo, nas eleições para a concelhia foi uma afronta? É o processo democrático a funcionar. Qualquer militante podia candidatar-se. É igual ter sido a vice-presidente ou outra pessoa, porque é um direito que assiste a qualquer militante.
Vocês estão quase empatados em termos de influência na concelhia. Falou com a Fátima Galhardo depois das eleições internas? Temos falado como falávamos antes. O PS tem a sua estrutura constituída, está em funcionamento. Há um empate porque é assim. As listas tinham que ter no mínimo 21 militantes, a minha tinha 24, a da Fátima Galhardo tinha 22. Nunca podia haver uma grande diferença. Não entendo que ela seja a minha grande concorrente. Neste momento todos são concorrentes, tudo é possível.
Mas têm falado sobre as autárquicas? Temos falado sobre diversos assuntos, de política e daquilo que temos a tratar, nada mais.
Parece que não está confiante sobre o seu papel nas autárquicas, afinal, mais uma vez, vai disponibilizar-se na escolha dos candidatos, ou não? Não tenho essa decisão tomada. Estou empenhado no cargo de presidente de junta. Não é para já o momento.
Imaginando que vai ser o candidato, convida a Fátima Galhardo para a sua lista? É prematuro. Não é uma decisão exclusivamente minha. Há um processo interno para essa selecção. Não estou a pensar nisso. Posso até ser candidato novamente à junta de freguesia porque ainda posso fazer mais um mandato.
As estruturas socialistas da região estão a começar a escolher os candidatos. Estamos a um ano das eleições e ainda não tem uma ideia do que é que pretende? Neste momento não. Vamos trabalhar nesse aspecto, mas é algo que ainda não está decidido. Estou no terceiro mandato como presidente da concelhia, já passei por vários processos autárquicos, fui director de campanha, e temos o nosso tempo para fazer as coisas.
Começa a ficar tarde para começarem a definir uma estratégia… Temos uma estratégia, que é aquela em que está assente todo este tipo de actividade e que é a que tem sido seguida nos últimos anos. Não temos urgência em definir candidatos e vai chegar o tempo próprio.
Se aparece um candidato forte de outro partido, o PS fica em desvantagem, parte atrasado, não lhe parece? Quando é que afinal escolhem os candidatos? Temos a máquina minimamente oleada. Penso que no primeiro trimestre do próximo ano escolhemos os candidatos.
Qual é a sua relação com o presidente da câmara Francisco Oliveira? Vim parar à câmara em 2006 e fui secretário da vereação. Secretariei Francisco Oliveira enquanto vereador. Sempre tive boa relação com ele. Sabemos relacionar-nos, sabemos ultrapassar dificuldades, convergimos, divergimos. Acho que isso é ter uma boa relação pessoal e institucional.
Qual é a sua relação com o ex-presidente Dionísio Mendes? Quando precisamos de falar, falamos. É uma pessoa que participa nas nossas actividades. Reconhecemos o passado e aqueles que fizeram pelo Partido Socialista.
O que é que gostava para Coruche no próximo ciclo autárquico? Que o PS continuasse a governar, a liderar as autarquias do concelho. Temos a ambição de fazer crescer o partido. Queremos conquistar a freguesia que nos falta, a do Couço, e que não conseguimos por poucos votos nas últimas autárquicas.
Como é que deixa a junta de freguesia se for candidato à câmara. Deixa da forma que imaginou? É um facto que algumas vezes não se consegue fazer o que se pretende, mas não sei se vou deixar a junta de freguesia. Um dos objectivos principais deste mandato é a desagregação das freguesias e é um processo no qual estamos a trabalhar. Um processo que poderá ter desenvolvimentos mais concretos no início do próximo ano.
Isso é para que existam mais presidentes de juntas… Esta freguesia é em 3091 freguesias a sétima maior do país em termos de território. No distrito de Santarém é maior que 14 dos 21 concelhos. Em termos de população tem mais habitantes que oito dos concelhos do distrito. Estamos a falar de uma dimensão que vai para além daquilo que deve ser uma freguesia, que é o princípio da vizinhança, da proximidade. Torna-se muito difícil numa freguesia com esta dimensão manter a proximidade e as características que deve ter.
Quantas vezes precisou do apoio da câmara e não teve? As autarquias são autónomas e cada uma tem as suas competências. Agora, as freguesias têm uma actividade complementar às câmaras e dentro do quadro de competências conseguimos ter uma boa acção. Estamos muito habilitados na área da manutenção e conservação de espaços verdes e limpeza urbana, mas neste momento se a junta aceitasse essas competências não tinha capacidade de resposta. Se a câmara está desempenhar bem essas funções porque é que as vai transferir?
Sente-se bem enquanto presidente com as competências que tem actualmente? As que temos são adequadas à capacidade de resposta da junta. Mas numa situação de desagregação tem de ser tudo revisto.
Sente que o PS está unido? A estrutura local vai trabalhar com um partido unido, até porque o facto de terem existido duas listas legitima aqueles que estão na liderança e o trabalho que estão a fazer.

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