Pedro Ribeiro é hipótese em Santarém, há mais dois nomes e PS quer uma pessoa que tenha voz em Lisboa
O presidente da concelhia do PS de Santarém não rejeita que o presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, é um nome que está em cima da mesa para concorrer à câmara de Santarém.
O assunto fala-se na cidade, mas Diamantino Duarte vem agora, seja para baralhar ou não, dizer que há mais dois candidatos a candidato. E faz um anúncio que vai deixar as pessoas mais tempo na expectativa, ao dizer que só em Janeiro o assunto fica arrumado. Diamantino Duarte, que neste momento tem uma concelhia com o maior número de militantes dos últimos sete anos, com a entrada de perto de 100 militantes, diz que de uma vez por todas Santarém tem de se assumir como capital de distrito e que precisa de um líder forte, que seja ouvido, que tenha a capacidade de ir bater à porta dos ministérios e que tenha, finalmente, um projecto estruturado para Santarém. Na sua estratégia, o líder político, que também é presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém, aceita com naturalidade que alguns militantes sigam a sua vida se não quiserem acompanhar a nova liderança.
Quando é que decide apresentar o presidente de Almeirim, Pedro Ribeiro, como candidato à Câmara de Santarém? Não sei ainda quem é que vai ser o candidato. Sendo capital de distrito, o candidato terá de ser negociado entre a concelhia, a distrital e a nacional. Temos feito esse trabalho, mas a indicação que tivemos dos órgãos nacionais é de que temos de aguardar pela aprovação final do Orçamento de Estado porque o secretário geral Pedro Nuno Santos quer envolver-se na escolha do candidato.
Um dos nomes que está na direcção nacional é o do presidente de Almeirim. Mas não é só o dele. Estão lá outros dois nomes. Após o dia 26 de Novembro é que o líder do partido irá dar indicações para marcar reuniões com as comissões politicas concelhias. Prevejo que em Santarém possamos ter o assunto resolvido na primeira quinzena de Janeiro.
Nessa altura já o adversário do PSD, João Leite, vai com um grande avanço. Candidatos extraordinários não há. O importante é o PS de Santarém definir de uma vez por todas que tipo de candidato quer. Tem de ser um candidato que saiba olhar para o concelho e criar um projecto a médio prazo. Estas eleições são fundamentais para isso, porque tem sido um erro do Partido Socialista nunca ter apresentado candidatos com projectos de futuro.
Os três nomes são todos de Santarém? São do concelho de Santarém ou com ligações ao concelho. Não temos paraquedistas.
Por isso é que Pedro Ribeiro tem aparecido em Santarém, para não cair de paraquedas… O Pedro Ribeiro exerce uma função supra-municipal e é normal que enquanto presidente da Comunidade Intermunicipal, venha a Santarém, como eu também vou a outras coisas. Eu não vou ser candidato em Alcanede e vou muitas vezes à freguesia.
Insisto. Porque é que se fala tanto em Santarém que o candidato é de Almeirim e até agora ninguém desmentiu? Ninguém desmentiu porque, neste momento, tudo pode acontecer. Eu não sei se o Pedro Ribeiro terá disponibilidade para isso. Pessoalmente considero que Pedro Ribeiro tem todas as condições para fazer um bom trabalho em Santarém.
Acha que os eleitores vão aceitar bem um candidato de outro concelho? As pessoas de Santarém, acima de tudo, querem escolher os melhores e já estão fartas de terem gestores políticos, que se têm preocupado sempre só no dia de amanhã sem um projecto futuro.
Que condições é que o PS tem para oferecer a um candidato? Comigo o candidato, seja ele qual for, fica com a capacidade de escolher a sua equipa, em consonância com a estrutura do PS. Só posso pedir responsabilidades a uma pessoa se ela tiver liberdade de escolha. Se o PS me convidar para ser candidato à União de Freguesias da Cidade de Santarém e eu aceitar, é evidente que quem vai escolher as pessoas sou eu. As pessoas têm cada vez mais de perceber que a gestão da política tem que ser mais empresarial. Que o dinheiro dos contribuintes tem de ser gerido de forma profissional e em equipa.
Mas isso não tem sido assim… Se calhar por isso é que o concelho está no estado em que está. Porque escolhem-se
aquelas pessoas que dão mais jeito politicamente, em vez das que são as melhores para os cargos.
Vai na lista para a câmara ou recandidata-se à união de freguesias? Decidi que não sou candidato a nada, mas serei candidato a tudo.
Uma resposta à político… Não. Para já o que me preocupa é encontrar os melhores candidatos para o concelho. Neste momento estaria disponível para ser candidato à união de freguesias, mas se verificar que há outra pessoa com mais capacidade e com melhores condições, será ela. Não sou hipócrita e assumo que gostaria de terminar um projecto que iniciei.
A concelhia é que vai dizer ao candidato à câmara qual é o caminho que tem de seguir? Qualquer um dos nomes está alinhado nesta estratégia. Quero saber o que é o centro histórico daqui a 12 anos, quais são os investimentos que queremos, se queremos um concelho industrial ou um concelho de serviços. Quero saber qual é a estratégia para captar os jovens.
Então o presidente da concelhia já fez o programa político… Eu não fiz, mas temos trabalhado, é evidente. Estamos a trabalhar neste projecto há um ano e meio, mais com um dos potenciais candidatos e há menos tempo com os outros dois.
Há décadas que o PS local tem estado refém dos mesmos ideólogos. São fases dos partidos. Se olharmos para o PSD, aconteceu o mesmo e houve uma altura em que refrescou os quadros.
Qual é a sua ideia para a capital de distrito? Santarém tem de ser capaz, de uma vez por todas, de se afirmar como líder do distrito. O Presidente da Câmara de Santarém tem de ser uma pessoa que seja capaz de ter voz em Lisboa. Queremos ser uma capital. Temos tudo e eu não consigo perceber porque é que Santarém não cresce.
O que é que o PS ganhou com o acordo com o PSD na câmara? O PS quando apostou neste acordo foi no sentido de possibilitar que a câmara tivesse governabilidade durante quatro anos. Hoje temos de dizer às pessoas que se o PSD não fez o que devia na cidade, não foi por não ter condições políticas para o fazer. O PSD teve-as para desenvolver tudo aquilo que era importante para a cidade e não o fez. O concelho está mais pobre do que estava há quatro anos.
Disse que o PS ia propor a extinção dos bombeiros sapadores, mas isso não aconteceu ainda. Arrependeram-se? A minha posição pessoal é essa. Há camaradas meus que têm outras ideias. Estamos à espera que nos apresentem o estudo que a câmara mandou fazer. Esta é uma questão, entre outras, que caberá ao novo presidente do município.
Precipitou-se nessa sua posição? Não! Defendo há 30 anos uma reestruturação total da protecção civil municipal. Há 30 anos isso podia ser feito facilmente porque os bombeiros eram municipais e não tinham as características de sapadores que têm actualmente. Naquela altura defendia uma fusão entre os bombeiros municipais e os bombeiros voluntários. Hoje, com a existência de um corpo de sapadores, essa possibilidade de fusão é impossível.
Propor a extinção enquanto parte interessada, como presidente dos Voluntários de Santarém, não lhe fica bem… Isso é para quem não me conhece. Não mudo ideias por desempenhar este ou aquele cargo. Isto insere-se no que dizia há pouco de gerirem o concelho ao momento, conforme dá mais jeito. Já não dou para esse peditório.
O novo presidente João Leite tem vindo a demonstrar uma dinâmica maior e até conseguiu roubar a fábrica das cenouras ao autarca que Almeirim que é o vosso potencial candidato. Continuamos a ter muitos anúncios e poucos efeitos, vamos ver. Também não era expectável que em um mês pudéssemos ver… Quando se conseguem mais-valias para Santarém, qualquer responsável político, qualquer cidadão tem de estar plenamente satisfeito.
Santarém tinha a obrigação de ter muito mais investimentos? Os líderes da cidade de Santarém não têm peso. Há um caso que demonstra bem qual é a capacidade de intervenção dos políticos locais. É inconcebível que uma capital de distrito tenha um serviço de segurança social encerrado. Se fosse presidente da câmara já me tinha ido bater à porta de alguém.
Quando diz que Santarém não tem peso contra o seu partido fala. É preciso aproveitar estas eleições para mudar o chip. Todos temos culpas de Santarém nunca ter sido capaz de assumir a sua capacidade de liderança no distrito. Prezo muito alguém que seja capaz de sair de manhã de Santarém e 9h00 estar à porta de um ministério. Ou que não tenha problemas de gritar com a pessoa que está do outro lado do telefone se não lhe estiver a resolver o problema. Essa é a minha forma de estar nestas coisas. Dou o exemplo de Aveiro que tem um autarca que é ouvido e nem é do meu partido. É esse tipo de pessoas que quero à frente do meu concelho.
Vai ter de correr com os poderes instalados no PS, os “Barreiros”, os “Afonsos”… O PS não rejeita o seu passado nem as pessoas que ao longo de toda a sua vida deram tudo ao partido. Temos que aprender com o passado e com o que fizemos bem e mal. Essas pessoas se quiserem continuar e apoiar o caminho do futuro continuarão a dar as suas opiniões, a fazerem parte do partido. Se não quiserem, seguem a vida deles. Ninguém é obrigado a assumir. Há uma coisa que é fundamental é que ninguém deixe de dar a sua opinião. O partido está perfeitamente unido.