Quando o Diário de Notícias foi vendido à PT havia tantos milhões que aquilo foi um verdadeiro desvario
João Céu e Silva, jornalista de 65 anos, natural de Alpiarça, ainda no activo, trabalha no Diário de Notícias desde 1989. Em 2005 e 2008 publicou duas biografias que contam a vida de duas grandes personalidades: Álvaro Cunhal e Miguel Torga. Depois disso, biografou José Saramago, Manuel Alegre, Vasco Pulido Valente, Maria Filomena Mónica e António Lobo Antunes, cuja reedição do livro está a dar que falar.
Além de biógrafo, João Céu e Silva é romancista premiado. Entrevistar um jornalista com 35 anos de trabalho na redacção do Diário de Notícias é entrar na vida política, social e cultural do país das últimas décadas. O DN foi até há pouco tempo um dos jornais de maior referência na nossa democracia. No texto que publicamos nesta edição está uma parte da conversa. Numa próxima publicaremos tudo o que ficou no computador e é importante para conhecermos o biógrafo que trouxe a público a vida de algumas das maiores figuras da nossa vida política e cultural do último século.
A nova edição de Uma Longa Viagem com António Lobo Antunes voltou a dar visibilidade ao seu trabalho como biógrafo. Já lá vão sete volumes com grandes figuras da nossa cultura. Vai continuar? Vou sim. Tenho essa obrigação com a minha editora. Vêm aí mais dois volumes, um deles já está a meio e é com uma grande figura da actual literatura em língua portuguesa. O grande problema é encontrar escritores que tenham obra publicada que consigam aguentar uma conversa que dê 300 páginas com interesse. Entretanto a editora vai-me dizendo que quer um livro por ano. Tenho que conseguir. A Viagem com António Lobo Antunes foi uma nova edição, após 60 entrevistas com ele, e, mais tarde, mais umas dez. Mas, por exemplo, a biografia com o Vasco Pulido Valente nasceu de um acaso, estava a conversar com ele e pensei: este senhor dá um excelente trabalho biográfico. Toda a gente apostava que eu não conseguia falar com o Vasco Pulido Valente para fazer o livro. A verdade é que consegui, embora enfrentando outras dificuldades que não estavam previstas, como foi o seu estado de saúde.
Lobo Antunes percebeu que tinha um interlocutor à altura e fez de si, mais do que um biógrafo, um conselheiro e leitor privilegiado. Ele queria era conversar, acabou por ser uma espécie de terapia. Foram realmente muitas e muitas horas de conversas intervaladas por muitos encontros que nunca tinham hora para acabar.
Não havia prazos para cumprir? Foram dois anos de trabalho numa altura em que não era obrigado a publicar com regularidade.
Há quanto tempo é que saiu do DN? Saí do jornal há cerca de três anos mas continuo a escrever. Interrompi um tempo e agora voltei a colaborar.
Ainda não está reformado? Não, mas é inevitável. Embora não tenha tempo livre. Estamos aqui a conversar mas as minhas horas estão contadas. Daqui a pouco tenho marcada uma entrevista com um historiador inglês, a gravação de um podcast, etc etc. Achei que me ia reformar e ter tempo livre. Mas não, não tenho.
O jornalista é definitivamente um operário? Sim, mas hoje a maior parte dos jornalistas são obrigados a ficar sentados na cadeira da redacção e não podem sair. As direcções não têm orçamento para pagar aos jornalistas para saírem em reportagem.
Os jornais atravessam momentos difíceis. Os últimos anos têm sido uma desgraça. Os jornalistas passam o tempo a picar as notícias uns dos outros, quando não as internacionais para apimentarem a edição online. Mas o problema é mundial. A produção própria foi diminuindo em todo o mundo.
Licenciou-se em História, mas foi trabalhar como jornalista. Tinha duas profissões que gostava: professor universitário e escritor. A minha vivência na universidade fez com que desistisse logo dessa profissão. Para ser escritor precisava de praticar muito e então escolhi o jornalismo que sempre me interessou. Como nunca me filiei a partidos, nem tive intervenção directa em questões políticas ou de sociedade, achei que era a melhor forma de me integrar no mundo do trabalho. Estive cinco anos no Rio de Janeiro, onde fiz o curso. Entretanto, voltei. Depois surgiu a oportunidade de fazer um estágio no Diário Notícias. Entrei logo para a secção de política onde estive vários anos e fiz a cobertura do PCP e do CDS. Com a doença de um colega, o editor precisou de duas pessoas jovens que aguentassem a pressão de fechar a secção diariamente às 18h30, e durante 15 anos fui editor chefe do Local, Sociedade e Opinião.
“Aquando da venda do Diário de Notícias à Portugal Telecom havia tantos milhões que aquilo foi um desvario. Foi a destruição da estrutura do próprio jornal e do grupo”.
Muita gestão e pouco trabalho como jornalista? Só nos últimos dez anos é que consegui voltar a fazer jornalismo. Um director perguntou-me o que é que queria fazer, e respondi: grande repórter, fazer o que quisesse, ter rédea livre. Durante dez anos fiz grandes entrevistas e reportagens para o jornal. Com a chegada da crise, fui para editor de cultura, porque não queria voltar à política. Percebi que os políticos do meu tempo tinham deixado poucos herdeiros, nomeadamente quando começaram os casos com José Sócrates, que foi o último primeiro-ministro que me interessou, que dava luta.
Quantos jornalistas é que ajudou a formar? Tive pelo menos 150 estagiários, e nunca achei que o trabalho com eles fosse uma chatice. Começava sempre por lhes dizer que se não sentissem vocação para jornalistas, no Centro Comercial Colombo havia imensos empregos, portanto, era melhor que fossem logo para lá. Fui editor de dezenas de jornalistas. Às vezes estou a ver televisão e reconheço alguns.
Dantes os jornais eram correias de transmissão dos poderes, hoje o jornalismo é a coisa já feita, que tem de ser servida de imediato.
Há muita diferença entre os jornalismo de ontem e o de hoje? Temos a tendência de dizer que antigamente é que era bom. Não penso assim. Quando entrei no jornal os meus colegas faziam muito corte e cola, o jornalismo não era nada de especial. Éramos proibidos de tentar passar uma opinião. Quando entrei em 1989 era assim. Depois surgiu o jornal O Independente, depois O Público, e as coisas começaram a melhorar.
E hoje como é que estamos? Como muitos dos jornalistas mais velhos foram despedidos, os jovens jornalistas são colocados pelas direcções em lugares para os quais ainda não têm maturidade. Dantes os jornais eram correias de transmissão dos poderes, hoje o jornalismo é a coisa já feita, que tem de ser servida de imediato.
A verdade é que o mundo também mudou… Isso mesmo. Falta formação e dinheiro para apostar em bom jornalismo. Mas, por exemplo, hoje em dia já não se fazem grandes reportagens porque os leitores não têm paciência, não vêem um vídeo com mais de um minuto, não lêem mais do que o lead da notícia, querem o texto pequeno e enxuto à medida do seu gosto particular.
A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista foi agora a Abrantes realizar um colóquio e divulgou um texto em que diz que os jornalistas estão a ser utilizados, estão a vender-se, perderam a sua independência. A coisa está assim tão feia? Uma vez fui entrevistar um líder do CDS e ele disse-me que tinha uma coisa para desabafar, mas que não era para publicar. Passado pouco tempo o assunto estava a ser publicado noutro jornal. Posso dizer que foram muitas as tentativas de me corrigirem o rumo. O problema de hoje é a falta de maturidade. Não se faz um jornalista em poucos anos. E tem que haver quem lhe passe o conhecimento. Cada vez há menos jornalistas de tarimba e isso é um problema para as novas gerações.
Alguma vez escreveu sobre a sua terra? Escrevi algumas vezes. No DN tínhamos o hábito de medir audiências e quando baixávamos as vendas em determinado distrito tentávamos ir atrás desse prejuízo, publicando mais matérias. Fui duas ou três vezes a Alpiarça, mas por razões justificadas. Por exemplo, lembro-me que uma vez Álvaro Cunhal esteve doente e a primeira deslocação que fez foi a Alpiarça. Fui lá, e quando lhe disse que era de Alpiarça ele achou piada, e esse episódio permitiu uma abertura para falarmos de outras coisas que me interessavam. Nos meus romances, pelo menos em quatro ou cinco, Alpiarça aparece sempre.
Já disse que só colabora uma vez por semana para o DN mas sabe qual é o estado actual do jornal? O Diário de Notícias é único no país. Foi o único que resistiu. Sofreu vários reveses de fora e por dentro. Por exemplo, o facto de ser da mesma empresa do JN, que é também um grande jornal, foi prejudicial em certas alturas por razões financeiras. Diziam que um é que alimentava o outro. O Diário de Notícias tem um dos melhores arquivos do país. Tem uma história única, com esse grande pecado de ser um jornal sempre alinhado com o poder, fosse ele qual fosse. Mas sempre fez jornalismo e sempre teve uma opinião. Hoje em dia penso que está a reerguer-se.
A queda do DN começou com o Arons de Carvalho e António Guterres quando se serviram da Portugal Telecom (PT) para comprarem o grupo ao Coronel Luís Silva. O coronel Luís Silva comprou o jornal para ter anúncios de graça para a Lusomundo. Aquando da venda à PT havia tantos milhões que aquilo foi um desvario. Foi a destruição da estrutura do próprio jornal e do grupo. Depois veio a administração do Joaquim Oliveira, que foi enganado no preço, e pouco ou nada percebia do negócio. Foi um processo lento de degradação de todo o grupo.
Sente-se um ribatejano? Sim, sem qualquer dúvida, ainda há dias me perguntaram porque é que estou sempre a falar de Alpiarça, terra que tem uma história muito particular de luta contra o antigo regime. Só vivi cinco anos em Alpiarça, quando lá vou é em visita à família ou para sessões culturais ou de lançamentos dos meus livros. Sinto uma ligação ao Ribatejo que não é comparável a outros lugares onde vivi.
Qual foi a grande manchete da sua vida como jornalista? Foi quando estava a fazer uma longa viagem com o José Saramago. Fiz várias entrevistas para escrever o livro, e, numa delas, ele disse que dava 50 anos para Portugal fazer parte de um território único que incluiria a Espanha. A conversa era para o livro, mas vi ali uma boa manchete e pedi ao José Saramago se me deixava publicar uma notícia com aquelas declarações. Escrevi a matéria, o director deu capa inteira ao assunto com a foto de Saramago, e no dia a seguir, o El País fez duas páginas sobre o assunto, depois foi o Corriere della Sera, o Guardian e todos os grandes jornais do mundo falaram do meu trabalho. Até o órgão oficial do Partido Comunista Chinês publicou uma notícia com as declarações de Saramago. Fiz um dossier dessa matéria com umas 150 páginas e ofereci a Saramago, que ficou impressionado. Fiz e publiquei uma entrevista com Paulo Portas que, segundo ele, lhe terá custado 3% numas sondagens no tempo em que o seu grande adversário era Pedro Passos Coelho e ele disse-me numa entrevista que não fazia coligações com o PSD.
E as notícias mais difíceis de escrever? Tem alguma que gostasse de ter deixado na gaveta? Não, nunca me arrependi daquilo que publiquei. Acordava era muitas vezes de madrugada a pensar: mas será que aquilo está certo? Será que não fui enganado? Será que não estou a ser instrumentalizado? Será que reproduzi correctamente? Fiz uma entrevista à ministra do Emprego do Governo de Sócrates, que não queria revelar os aumentos, mas que, sem querer, acabou por falar em números. Fiz-me de parvo e não valorizei. No dia a seguir, quando a notícia saiu, o primeiro-ministro emitiu um comunicado a dizer que era mentira o que eu tinha escrito. Então peguei na gravação, naquele minuto e meio de conversa, e pusemos no jornal e desmentimos o desmentido do Governo.
“Fiz várias entrevistas para escrever o livro sobre José Saramago, e numa delas ele disse que dava 50 anos para Portugal fazer parte de um território único que incluiria a Espanha”.
E a notícia que ficou na gaveta que não o deixaram publicar? Raramente me proibiram de publicar. Tive um director, mais recentemente, que me proibiu de escrever sobre dois temas, mas isso nunca aconteceu antes.
E histórias invulgares? Tenho uma história deliciosa quando fui a Southampton com um grupo de jornalistas e consegui enviar da fragata notícias que eles julgavam que ficavam em alto mar. Quiseram mandar-me borda fora; o ministro Fernando Nogueira, que ia na comitiva chamou-me à atenção, mas entrou a um ouvido e saiu no outro.
Imagino quantos tumultos viveu no DN ao longo destes últimos tempos… Só apanhei tumulto quando a administração vendeu o edifício da sede. Aí fui contra. Toda a gente era contra, mas a administração da altura queria era fazer dinheiro e não se preocupou com a história do jornal.
O Diário de Notícias dá Uma Longa Viagem Com? Dava. Em tempos pensei escrever a história do jornal, mas é difícil porque há muitos acontecimentos. Mas eu devo ser dos jornalistas da casa que mais utilizou o arquivo do jornal. Ia lá eu próprio seleccionar. Descobria fotografias que não estavam ainda catalogadas. Tinha possibilidades de escrever essa história do jornal. Mas acho muito difícil, porque são 160 anos. Não seria uma longa viagem, mas várias longas viagens. O jornal merecia. A maior dificuldade é conseguir ter um olhar distanciado.
O mercado vive a tempestade perfeita: os jornais perdem leitores, a concentração dos títulos em grandes empresas está a ser um desastre, o parque gráfico está nas lonas e a distribuição ficou nas mãos de um único operador… A comunicação social em Portugal está reduzida a muito pouco, a um território muito pequeno. Os órgãos de comunicação social e os grupos estão a ser empurrados para um beco, para se fragilizarem. Aos grandes partidos não interessa uma imprensa livre, não interessa uma imprensa que tenha saúde financeira. Portanto, acho que eles estão a ser vítimas do sistema. Muitas vezes também devido à má gestão.
E as televisões crescem como cogumelos e são o grande meio de informação. As televisões destroem os jornais porque quando a televisão aparece, e quando todos canais dão notícias durante 24 horas, não há notícia nenhuma que resista no dia seguinte no jornal impresso.
Fala regularmente com jornalistas no activo? Sim, tenho vários colegas do Diário de Notícias com quem falo e de outros jornais. Se bem que a maior parte dos jornalistas mais velhos, quando saem das suas empresas, acabam por se refugiarem e perdem intervenção pública. Não escrevem mais, reformam-se no verdadeiro sentido da palavra.
Isso é uma coisa curiosa: quem sai do jornalismo, regra geral, não volta, vai para outras profissões. Acho que a única explicação é que estão cansados da luta diária. Trabalhar num jornal diário deve ser a coisa mais castigadora da vida, tirando ser motorista da Carris. Porque é uma luta. E quando nós saímos do jornal às 11 da noite tudo foi para o caixote de lixo. E no outro dia, de manhã, já estamos a fazer outro jornal.
Voltando ao sistema. Há um Portugal antes e depois de José Sócrates. Concorda? Acho que o primeiro Sócrates vinha com um bom andamento. Ele queria pôr ordem na Justiça, na Educação e na Saúde. Bastou seis meses para se acalmar. Os barões eram muitos. Era onde tinham muito poder e, portanto, ele acalmou-se. Depois José Sócrates começa a entrar num pântano que o Governo que vem a seguir, do Pedro Passos Coelho e do Paulo Portas, também não saiu. O país com a Troika passou dos piores momentos, tivemos que nos sujeitar a um poder externo quando tínhamos uma democracia consolidada com 35 anos. O Governo do PSD/CDS usou a troika para apoucar os portugueses, para cortar nas reformas, para aumentar impostos, para vender a EDP, as empresas fundamentais para a saúde do país. Tudo o que dava lucro vendeu. Até vendeu a TAP na última hora do dia em que podia assinar um acordo. Depois vem este Governo socialista do António Costa que tem a mão do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Está muito por contar sobre o que se passou e ainda está fresco na nossa memória.
“Li todos os livros de José Saramago, na altura que fiz o trabalho eram 33. Um dia ele disse-me textualmente: “homem, você é maluco? Ninguém lê 33 livros meus”.
Mas há ou não um comportamento ético e moral vergonhoso que tem de ser julgado? É uma situação a que nós não estamos acostumados. Com a troika aprendi a contar os milhões. Não tinha noção o que eram mil milhões de euros. Com estas acusações ao José Sócrates percebemos que o país é corrupto de norte a sul, há corrupção em todos os lados. O legado de José Sócrates foi pôr a descoberto que a corrupção é geral em Portugal.
O país dos Donos Disto Tudo (DDT)… Para mim, a maior mancha da democracia é nós continuarmos um país tão corrupto como era o antigo, embora dantes a corrupção fosse mais ao nível da cunha, do pequeno favor. Mas a democracia não eliminou este problema.
E acredita que o jornalismo vai renascer a tempo de poder contar estas histórias? Não, não, acredito. Cada vez menos a verdade interessa ao jornalismo. O jornalismo agora é dar receitas de uma boa tarte de marmelada com ameixa, o melhor restaurante junto à praia, as grandes festas, os grandes concertos que aí vêm ou vieram. E a par disso vamos vivendo os escândalos na Justiça e noutras áreas da vida pública e política.
Está a dizer que perdemos o poder de nos escrutinarmos como sociedade? Os jornalistas ganham mal, são mal pagos, os jornalistas não têm formação. Não estou a generalizar mas a nova classe não tem formação. Nós vemos nos canais principais de televisão um jovem de 22 anos a fazer reportagem de um incêndio. Isso é errado. As actuais administrações dos grandes grupos não estão interessados em fazer jornalismo. Portanto, o problema não está só nos jornalistas. O problema está nos donos das empresas, nas administrações das empresas que não estão interessadas em fazer jornalismo. Os canais de televisão servem apenas para vender publicidade, para dar lucro. Não é para dar boas notícias.
José Saramago vai ter razão antes do tempo? Daqui a 50 anos somos uma província de Espanha? Não me parece. Duas semanas depois dessa notícia fizeram sondagens e metade da população era a favor dessa União Ibérica. Ninguém era contra. Os portugueses têm muito essa tendência de ah! Se a gente estivesse como Espanha tínhamos a gasolina mais barata, menos impostos, etc, etc. Portanto, para os portugueses isso poderia acontecer. Agora a história tem mostrado que Saramago não deverá ter razão.
A Banca portuguesa hoje é espanhola. Resta a Caixa, o BCP e o Novo Banco. Verdade. Os escritórios das grandes empresas estão em Madrid e depois nós vemos isso na questão da venda da TAP e de manter o hub de Lisboa. Será que se consegue? A ideia é que o aeroporto de Barajas vai engolir o nosso tráfego aéreo.
Se a Portela acabar é mais que certo… É difícil para Portugal ser um país emancipado. Mas os portugueses também não querem, porque o destino de Portugal é ser um enorme resort à beira mar. É assim a realidade em 2024. Não tem nada a ver com a realidade de há 20 anos. E o mundo daqui a algumas décadas, e depois do mandato de Trump, ninguém sabe onde é que isto vai parar.