Entrevista | 21-04-2022 10:00

Perder as eleições por 62 votos foi uma sensação agridoce

Rui Madeira é professor universitário e vereador da oposição na Câmara do Entroncamento pela primeira vez

Rui Madeira, vereador do PSD na Câmara do Entroncamento

Rui Madeira chega a esta entrevista no seu meio de transporte favorito. Desmonta da bicicleta e descontrai-se na esplanada do parque do Bonito pronto para as perguntas. O vereador do PSD que não ganhou a presidência da Câmara do Entroncamento por 62 votos, trabalha em Lisboa há 40 anos. É professor assistente na Faculdade de Motricidade Humana e muitas vezes leva a bicicleta no comboio até Santa Apolónia e depois faz o percurso em duas rodas até à Cruz Quebrada. Ao lado do seu gabinete tem um balneário onde troca a farda de ciclista pela de professor. Rui Madeira, 61 anos, foi convidado para candidato depois de ter criticado o partido no jornal local, Entroncamento Online. Não sabe se será candidato daqui a quatro anos mas está a gostar da experiência de poder ajudar a melhorar as condições dos seus conterrâneos.

Perder as eleições autárquicas por 62 votos de diferença dói mais?

Custa muito mais porque na noite eleitoral a minha candidatura estava à frente. Só no final, nas últimas três mesas de voto, é que o resultado virou. Foi uma sensação agridoce. Não chegou a 1% de diferença, 62 votos de diferença. A certa altura achei que seria possível ganhar. Se as eleições tivessem sido uma ou duas semanas depois talvez tivesse vencido.

Foi a candidatura do Chega que contribuiu para a derrota do PSD?

Provavelmente o PSD poderia ter vencido as eleições se o Chega não tivesse concorrido, mas também não é certo porque muitos dos eleitores que votaram no Chega normalmente não votam. Aceito o resultado e estamos a trabalhar estes quatro anos para melhorar o que não está bem no nosso concelho.

O vereador do Chega tem querido ser o fiel da balança ao votar favoravelmente as propostas do PS.

De fiel é que o vereador do Chega não tem nada. Não é fiel aos valores, ao seu programa eleitoral, não é fiel às pessoas que votaram no Chega e também não é fiel ao seu partido, uma vez que agora é independente. Foi uma surpresa este apoio praticamente incondicional ao PS. Não é um apoio explícito, é uma ‘traquitana’ que existe nas reuniões camarárias entre estes dois partidos, onde o vereador tem sido a bengala do PS. É o suplente que, quando vai às reuniões do executivo, tem feito a diferença.

A escolha de Paula Carloto para cabeça-de-lista à assembleia municipal também contribuiu para que tivesse perdido as eleições?

Tentámos fazer um misto de renovação da equipa, mas mantendo pessoas com experiência política, como é o caso da Paula Carloto. Tenho pena de não ter mais pessoas com a experiência de Paula Carloto na equipa. O PSD nunca conseguiria o resultado que obteve senão fosse a experiência de quem está na vida política há mais tempo.

*Entrevista desenvolvida na edição semanal em papel desta quinta-feira, 21 de Abril

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