Passear na Albufeira e visitar a Casa dos Patudos em Alpiarça
José Relvas, que proclamou a República a 5 de Outubro de 1910, deixou os seus bens à terra onde nasceu. O museu municipal é considerado o mais importante do país.
Em Alpiarça há locais como a zona envolvente à Albufeira dos Patudos que fazem parte de qualquer roteiro de um turista. Aí se situam as estações arqueológicas, o Parque de Campismo, a Reserva Natural do Cavalo do Sorraia, o Paul da Gouxa, o Complexo das Piscinas Municipais e diversos equipamentos desportivos e de lazer. O plano de água da albufeira é um local ideal para a pesca e palco de regulares provas de triatlo e canoagem. Mas o ex-libris do concelho é a Casa-Museu dos Patudos, antiga residência do dirigente político republicano José Relvas (que legou todo o seu património ao município). Ali se encontra um dos mais importantes e valiosos conjuntos de colecções de pintura, escultura, porcelanas e tapeçarias do país.
Para além de político com lugar na história por ter proclamado a República a 5 de Outubro de 1910 José Relvas foi diplomata, estadista, lavrador, coleccionador de arte e músico amador. Ocupou-se da gestão das propriedades da família a partir de 1882. Tinha apenas 23 anos. O nome da Quinta dos Patudos deve-se ao facto de existirem, naquela zona, muitos patos. A Casa dos Patudos, da autoria do arquitecto Raul Lino, é o seu primeiro exemplar de uma nova linguagem de Arquitectura Conceptual. Apropriada de referências nacionais afirma-se com um certo despojamento decorativo exterior, mas esplendorosa e funcional nos seus espaços interiores, com um mobiliário criado também pelo referido arquitecto.
Inaugurada como Museu, em 15 de Maio de 1960, a Casa dos Patudos possui uma rica e vasta colecção de arte composta por pintura, escultura e artes decorativas. Ali podem ser vistos quadros de Silva Porto, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro e Constantino Fernandes, além de notáveis artistas de escolas estrangeiras. Podem, ainda ser apreciadas porcelanas de Sèvres e de Saxe, azulejaria, peças da Companhia das Índias, cerâmicas da Fábrica das Caldas da Rainha (Rafael Bordalo Pinheiro), Rato, Bica do Sapato e Vista Alegre (primitiva) e bronzes de Chapu, de Mercié e de Frémiet.
A Casa dos Patudos conserva um Centro de Documentação que integra um arquivo documental produzido por quatro gerações da família Relvas, constituído por mais de 100 mil documentos; um arquivo fotográfico com cerca de 5 mil fotografias e colecções (postais, menus, recortes de jornais, programas culturais e catálogos de exposições), além de uma biblioteca com cerca de 7 mil volumes e mais de 15 mil publicações periódicas.