Especiais | 03-09-2021 16:00

“A agricultura continua a ser o parente pobre da sociedade portuguesa”

“A agricultura continua a ser o parente pobre da sociedade portuguesa”
ESPECIAL AGROGLOBAL
Manuel Francisco é o director-geral da Francicampo, em Salvaterra de Magos, que produz e comercializa produtos agrícolas (foto DR)

Manuel Francisco, da Francicampo, considera a Agroglobal uma feira genuína.

A Francicampo, empresa domiciliada em Salvaterra de Magos, que produz e comercializa produtos agrícolas, vai voltar a estar presente naquela que já é considerada a maior feira agrícola do país. O seu director-geral, Manuel Francisco, explica porque é que a presença é importante.

“Estive sempre presente desde a primeira realização da Agroglobal e assim vou continuar porque é uma feira verdadeira e genuína, que representa os reais valores da nossa agricultura regional do Vale do Tejo”.

Em relação à agricultura, e olhando para o facto de não haver nada de relevante para a mesma no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e no PNI (Plano Nacional de Investimentos) 20-30, o gestor diz, com ironia, e fazendo uma alusão aos sorteios da liga dos campeões, que o sector calhou “no pote do parente pobre da sociedade portuguesa” porque o Ministério da Agricultura se alheou das suas responsabilidades de delinear um planeamento agrícola correcto.

Manuel Francisco está céptico relativamente à possibilidade de manutenção dos níveis de produção com os novos produtos mais amigos do ambiente.

“Recuando no tempo os produtos fitossanitários para a agricultura eram mais nocivos para a saúde pública e para o ambiente. No entanto, nos dias de hoje, os fitos têm claramente menos eficácia no tratamento das doenças e pragas e os preços dispararam a galope”, sublinha.

A Francicampo está principalmente ligada ao cultivo da batata primor do Ribatejo trabalhando em parceria com a marca portuguesa Misstata. Na mais recente campanha não houve quebra de produção mas foi difícil escoá-la, o que obrigou a prolongar as colheitas até bastante tarde.

Sobre a situação do Tejo partilha a opinião de muitos outros cidadãos. “Lamentavelmente o que tem faltado é vontade politica dos governantes para resolverem de vez esta calamidade ambiental. Nada de nada se tem feito e os caudais, a natureza e populações sofrem as consequências”.

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