Arte ajuda doentes de psiquiatria no Hospital de Santarém a libertar emoções
No Hospital de Santarém há um espaço onde os utentes de psiquiatria ganham autonomia e auto-estima enquanto desenvolvem a sua arte. Dos retratos de Leonardo às pinturas abstratas de Elsa Fernandes, a OficINA é uma janela aberta para o mundo onde as emoções se libertam nas telas que agora embelezam os corredores e salas de espera do hospital.
Quando se senta em frente à tela e agarra num dos seus pincéis negros manchados de tinta, Elsa Fernandes entra numa espécie de terapia que a ajuda a libertar as emoções. “Funciona como um catalisador de sentimentos que estão cá dentro. Até os movimentos que faço com o corpo enquanto pinto me ajudam, libertam”. No final de cada obra nasce um sentimento novo, de “realização”, diz a O MIRANTE a utente do serviço de Psiquiatria no Hospital Distrital de Santarém (HDS) que durante “muito, muito tempo” achou que conseguia ultrapassar sozinha uma depressão com episódios de auto-agressão.
Nesta unidade de saúde encontrou, além do acompanhamento médico especializado, um espaço “acolhedor”, no qual se sente “segura” e pode desenvolver a sua arte. Chama-se oficINa – Arte Bruta Inclusiva e acolhe dezenas de artistas da comunidade ou que são simultaneamente utentes no serviço de Psiquiatria do HDS. Os trabalhos realizados por Elsa Fernandes, de 52 anos, e pelos restantes estão agora em exposição nos corredores do piso zero do hospital, sob a curadoria de Ana Carvalho, para que possam ser apreciados por todos os que ali passam. “Sabemos o impacto que a saúde mental tem nos nossos dias e aqui mobilizamos a arte como ferramenta terapêutica”, destaca a presidente do conselho de administração do HDS, Ana Infante, que tal como o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, marcou presença na inauguração da mostra "Obras de Todos", na quinta-feira, 27 de Julho.
*Artigo completo na próxima edição semanal de O MIRANTE