XVI Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental
































Elevado número de participantes e diversidade de trabalhos apresentados comprova envolvimento dos enfermeiros especialistas em saúde mental, na produção de conhecimento e na melhoria contínua das práticas.
Tendo como tema central “Intervenções Psicoterapêuticas”, decorreu em Santarém, entre os dias 15 e 17 de Outubro, o XVI Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental (ASPESM), organizado em parceria com a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Santarém.
O encontro reuniu mais de 400 participantes nacionais e internacionais num programa científico extenso, que valoriza a investigação, a prática clínica e a partilha de experiências em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.
O congresso, de formato b-learning - para maximizar a participação mantendo o reconhecimento do valor do contacto presencial – estruturou-se em conferências, simpósios, tertúlias, comunicações orais, apresentações de pósteres e workshops.
Ao longo dos três dias foram explorados tópicos centrais como: relação terapêutica e cuidados centrados na relação; terapias de 2ª e 3ª geração; treino metacognitivo; reestruturação cognitiva; estimulação cognitiva; primeira ajuda em saúde mental; programas de promoção da saúde mental positiva; e a aplicação de tecnologias emergentes, incluindo a utilização da inteligência artificial para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde mental.
O congresso destacou que a formação e a prática dos enfermeiros especialistas em saúde mental incorpora já, há mais de uma década, competências específicas para a realização destas intervenções, que devem ser potenciadas no quadro de uma prática clínica baseada na melhor evidência disponível.
Na sessão de abertura, o presidente do Congresso, Francisco Sampaio, sublinhou o compromisso ético da profissão: o exercício das competências deve centrar-se sempre no bem-estar das pessoas, privilegiando a empatia, o vínculo terapêutico e a humanização do cuidado.
O presidente da ASPESM, Carlos Sequeira, por sua vez, enfatizou a aposta numa análise mais profunda de modelos e abordagens psicoterapêuticas e a intenção de promover a replicabilidade de boas práticas nacionais e internacionais.
Ambos os discursos reforçaram a ideia de que a Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica é uma disciplina que une ciência e humanidade, e que a sua contribuição é determinante para a transformação dos modelos assistenciais.
Para além do conteúdo científico, o congresso realçou a importância da empatia como competência treinável nos contextos da prática clínica: escutar sem julgar, acolher sem rótulos e construir intervenções que respeitem a singularidade de cada pessoa.