Identidade Profissional | 21-11-2022 10:00

Rogério Paixão: o feirante que se fez empresário de sucesso

Rogério Paixão: o feirante que se fez empresário de sucesso
Rogério Paixão abriu a primeira loja em seu nome, no Vale de Santarém, há cerca de 30 anos e tem sido um sucesso

Rogério Paixão nasceu em Vila Nova de São Bento, no Alentejo, há 74 anos. Começou desde criança a ajudar os pais que possuíam terrenos e gado.

Depois do serviço militar veio viver para o Vale de Santarém, onde tinha família. Trabalhou mais de duas décadas na Ipetex, até que decidiu tornar-se feirante. Quando já ganhava mais ao fim-de-semana do que num mês de trabalho na fábrica despediu-se. Em 1993 abriu a primeira loja, com o seu nome. Nunca pensou ser empresário mas a vida encaminhou-o para essa área. Os dois filhos já dão continuidade ao negócio, o que o enche de orgulho.

Aos 74 anos Rogério Paixão continua a ser o primeiro a chegar à sua loja e a abrir a porta apesar de já não trabalhar a tempo inteiro. A empresa com o seu nome foi criada há cerca de 30 anos e há 15 anos que mudaram para as actuais instalações, mas o alentejano que assentou arraiais no Vale de Santarém, concelho de Santarém, teve outros empregos antes. Em Vila Nova de São Bento, aos sete anos, depois de terminar um dia de escola ia para os campos ajudar os pais na lavoura e a tratar do gado. A sua vida foi assim até ir para a tropa. Cumpriu o serviço militar no Porto e durante as viagens que fazia a casa ficava muitas vezes no Vale de Santarém, onde tinha família.
Quando terminou o serviço militar percebeu que, como eram muitos irmãos, os terrenos dos pais não iam dar para todos. “Além disso, no Alentejo, naquele tempo já havia poucas oportunidades de emprego. Os meus familiares desafiaram-me a vir morar para o Vale de Santarém e em conversa com a minha esposa decidimos arriscar. Foi o melhor que fizemos”, recorda a O MIRANTE. Rogério Paixão arranjou emprego na Ipetex, na vizinha freguesia de Vila Chã de Ourique, que produzia componentes para automóveis, como tapetes, estofos, entre outros. Trabalhou na fábrica durante 21 anos.
Assim que começou a ouvir falar em despedimentos criou um negócio paralelo. Aos fins-de-semana vendia produtos em feiras. O negócio corria tão bem que chegou uma altura em que ganhava mais aos fins-de-semana do que durante um mês na fábrica. Quando a Ipetex anunciou que iria fazer despedimentos colectivos Rogério Paixão foi dos que quis sair. Com a carta de despedimento na mão dedicou-se em exclusivo às feiras. Fazia o Ribatejo e também ia até ao Alentejo e ainda vendia acessórios para automóveis.
Um dia a nora sugeriu que abrissem uma loja e a primeira foi inaugurada em 1993, no Vale de Santarém. Entretanto, o negócio começou a crescer e Rogério Paixão abriu uma loja de ferragens, na mesma localidade. “Às tantas andávamos sempre a correr de um lado para o outro e decidimos comprar um espaço maior onde pudéssemos ter tudo numa só loja. Aqui encontra-se tudo o que se precisa”, explica o empresário. A Rogério Paixão Lda., sediada na Rua Marquês da Ribeira, no Vale de Santarém, está aberta há cerca de 15 anos. Tem à volta de oito mil produtos disponíveis, desde materiais para canalização, material para electricidade, construção, ferramentas e decoração da casa. Além disso, tem um espaço de cafetaria com esplanada.

“A vida é que me
encaminhou para aqui”
Durante a pandemia mantiveram a loja a funcionar e o negócio correu muito bem. Os seus filhos, Rita e Paulo Paixão, também trabalham na empresa e estão a dar continuidade ao negócio. “Tenho orgulho que eles tenham tido vontade de dar continuidade à empresa. Já são eles que tomam conta de tudo. Estou por dentro de tudo mas já não estou cá as 16 ou 18 horas que passava na loja. Continuo a ser o primeiro a chegar e abrir a porta mas já não fico tanto tempo”, conta Rogério Paixão que confessa nunca ter sonhado ser empresário. “A vida é que me encaminhou para aqui”, acrescenta.
Nunca se adaptou muito bem ao computador. “Nem ele a mim”, diz a brincar. Gosta de fazer tudo à mão e é um homem de negócios à antiga. “Não suporto que voltem com a palavra atrás. Confiamos nas pessoas, assumimos compromissos e quando voltam atrás com a palavra detesto quando acontece”, critica Rogério Paixão.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo