Identidade Profissional | 18-12-2022 21:00

Maioria das pessoas só procura o mecânico em último recurso

Maioria das pessoas só procura o mecânico em último recurso
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Paulo Ramiro é sócio-gerente da Ramiro & Ramiro, empresa de reboques e oficina sediada em Alpiarça

Paulo Ramiro confessa que sempre gostou de ver o pai trabalhar na oficina e que isso o impulsionou a seguir os seus passos.

Em 1996 fundou a Ramiro & Ramiro, em Alpiarça, juntamente com os seus pais. Foi nessa altura que acrescentaram o serviço de reboque. No entanto, a oficina é o serviço que tem mais clientes. Tratam de todos os serviços de reparação automóvel, electrónica.

Paulo Ramiro não se esquece de um Domingo de Páscoa em que depois de ter descarregado o carro acidentado, após um serviço de reboque, rebentou um pneu da sua carrinha de reboque. O empresário já estava atrasado para o almoço de família mas naquele dia tudo correu mal. Teve que mudar vários pneus na carrinha porque também o pneu suplente estava vazio e quando chegou a casa era quase de noite. Paulo Ramiro, de 48 anos, é sócio-gerente da Ramiro & Ramiro, empresa de reboque e oficina, sediada em Alpiarça.
A empresa foi fundada em Janeiro de 1996 por si e pelos seus pais e foi nessa altura que arrancaram com o serviço de reboques. No entanto, o seu pai já trabalhava no ramo há vários anos e Paulo Ramiro sempre aprendeu a ver o pai trabalhar. “Quando concluí os estudos, aos 17 anos, fiz uma formação de seis meses na Toyota em Alpiarça. Quando terminei falei com o meu pai para trabalhar com ele, mas ele não quis porque dizia que íamos acabar por nos chatear. Fui trabalhar para uma oficina concorrente”, recorda com um sorriso.
O mecânico conta que, inicialmente, a oficina não era a actividade principal do seu pai, mas sim a agricultura. Faziam searas e campanhas de melão e melancia. O pai teve sempre na ideia que se a agricultura não desse dinheiro voltavam-se para a mecânica. O que acabou por acontecer. Deixaram definitivamente a agricultura quando o pai de Paulo Ramiro se lesionou numa clavícula durante uma seara e precisou da ajuda do filho. “A seara nesse ano correu muito bem e o dinheiro que ganhámos foi investido no negócio do reboque. A partir daí comecei a trabalhar com o meu pai. Chateamo-nos às vezes mas tudo se resolve e é tranquilo. Com 70 anos é o meu braço-direito na empresa e trabalha sobretudo com o reboque, que é o que mais gosta”, conta.
A empresa tem dois carros de reboque e têm que estar disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. Paulo Ramiro confessa que nem sempre é fácil, até porque muitas vezes assistem a acidentes graves com feridos e, por vezes, mortos. “É preciso ter estofo para algumas coisas a que temos que assistir mas faz parte do trabalho”, sublinha. No entanto, a oficina continua a ser a actividade com maior procura. Tratam de todos os serviços de reparação automóvel, electrónica. Quando têm serviços de parte eléctrica e é algo mais complexo têm parceiros com quem trabalham.
Os principais problemas que aparecem na oficina para reparar estão relacionados com mecânica e electrónica, com muitas avarias, por vezes, difíceis de detectar. “Infelizmente, a maioria só procura o mecânico em último recurso ou quando chumbam na inspecção. A parte financeira das pessoas está cada vez mais difícil e têm que fazer opções e muitas vezes adiam a ida ao mecânico, embora o automóvel seja, cada vez mais, um bem de primeira necessidade”, afirma, acrescentando que felizmente a empresa tem crescido em volume de negócios todos os anos. “Nestes anos todos de actividade só aumentamos os preços uma vez e foi em dois euros. Acho que isso também conta, além da qualidade do serviço e da disponibilidade total para o cliente, para termos um negócio sustentável”, realça.
Nos tempos livres Paulo Ramiro gosta de caçar coelho bravo, lebre e perdiz. A meio da manhã há o lanche no campo e depois juntam-se os amigos para almoçar. O empresário tem três filhos: dois rapazes, de 25 e 21 anos, e uma menina de nove anos. Os mais velhos e a esposa também caçam, assim como o pai de Paulo Ramiro. Estar no meio do campo, em silêncio, ajuda a esquecer os problemas e o stress do dia-a-dia.

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