Identidade Profissional | 03-01-2023 21:00

O indiano que se apaixonou por Alverca para viver e trabalhar

O indiano que se apaixonou por Alverca para viver e trabalhar
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Rajesh Thammishetty abriu um restaurante em Alverca há ano e meio e mudou-se para a cidade com a família

Rajesh Thammishetty tem um percurso vasto no ramo da hotelaria. Um dia cansou-se do frio da Suíça e mudou-se para Lisboa e daí para Alverca, cidade onde hoje vive com a família.

No seu restaurante, o Rasoi, cozinha-se a comida indiana tal como era feita pelos seus avós num desafio aos sentidos que tem cativado a comunidade.

Quando Rajesh Thammishetty, empresário indiano, chegou a Alverca para abrir um restaurante de comida tipicamente indiana estava longe de imaginar que se iria apaixonar pela cidade e escolhê-la como sítio para viver com a mulher e o filho. Mas foi isso mesmo que aconteceu, apenas ano e meio depois de abrir, na Rua dos Lavadouros, no centro de Alverca, o Rasoi, um restaurante que tem dado que falar pela positiva na comunidade.
O empresário mudou-se de Carnaxide para Alverca quando percebeu que no concelho de Vila Franca de Xira não existiam restaurantes de comida típica indiana. “Há alguns restaurantes com nomes indianos mas que não são de comida tradicional, só vendem pizzas e kebabs”, nota. O ritmo de vida calmo de Alverca seduziu-o. “As pessoas em Alverca são carinhosas e amigas. Aqui o ritmo de vida é mais calmo e tem mais qualidade. Sentimos uma vida de bairro. Nas grandes cidades as pessoas nem falam umas com as outras”, conta a O MIRANTE o empresário que todos os dias vai às mercearias e aos mercados da cidade buscar os ingredientes com que cozinha os pratos que tem no menu.
Rajesh tem 37 anos e um sorriso fácil. Fala quatro línguas (duas indianas, alemão e inglês) mas ainda está a dar os primeiros passos no português. Já consegue dizer algumas palavras e apontar os pedidos mas a maior parte das conversas - incluindo esta entrevista - teve de ser feita totalmente em inglês. A esperança do empresário é daqui a um ano já dominar a língua de Camões.

Auto da pimenta
Nasceu numa pequena cidade do sul da Índia. Estudou num colégio interno longe da família e quando acabou o ensino secundário apaixonou-se pela área da hotelaria. Depois de completar os estudos mudou-se para a Suíça para tirar um Master Business Administration (MBA) em gestão hoteleira. Na altura o plano era apenas estudar e voltar a casa mas quando percebeu que tinha melhores oportunidades de vida na Europa decidiu arriscar e ficar. Começou a estagiar em vários hotéis e a dada altura optou por abandonar o frio suíço para vir para o clima temperado de Portugal. “O clima em Portugal é muito semelhante ao que tinha na Índia”, confessa. O seu objectivo era abrir um restaurante de comida totalmente indiana e tradicional, como era feita pela sua avó. “Foi uma aventura, meter as malas na bagageira e vir para Portugal com a família”, conta.
Portugal e a Índia estão ligados desde o tempo dos descobrimentos e não é surpresa que a gastronomia indiana seja um mergulho para os sentidos, com muitas especiarias - como o caril - a dar cor e sabor aos pratos. A galinha Tikka Masala, por exemplo, é dos pratos que tem merecido mais elogios da clientela. “Quando cheguei disseram-me que os portugueses só gostavam da comida mais doce mas não é verdade, alguns pratos mais picantes têm tido muita procura”, confessa.
Colocar o cliente acima de tudo é o principal valor do empresário, juntamente com a qualidade, higiene e compromisso com o produto final. É vegetariano e por isso não provou ainda muitos dos pratos típicos da gastronomia lusa, mas confessa comer pastéis de nata “duas a três vezes” por semana. Diz ter vindo para Alverca para ficar e não pensa voltar à Índia. Gosta de correr, nadar e ver jogos de cricket.

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