Identidade Profissional | 24-01-2023 12:00

Ribatejo tem bons empresários e está a saber fazer a diferença na agricultura

Ribatejo tem bons empresários e está a saber fazer a diferença na agricultura
IDENTIDADE PROFISSIONAL
João Silva lidera a Lusomix desde a sua criação em 1999

João Silva é o líder da Lusomix, empresa de alimentação animal situada no Porto Alto. Começou a vida profissional a enrolar charutos e cigarrilhas na Tabaqueira mas foi no sector agrícola que encontrou a sua real vocação.

O Ribatejo está a atravessar uma fase pujante na actividade agrícola, tem empresários à altura dos desafios e com isso todas as condições para se afirmar como celeiro de Portugal e dar cartas a outras regiões como o Alentejo e Oeste. A convicção é de João Silva, 56 anos, sócio-gerente da Lusomix – Alimentos Completos para Animais, do Porto Alto, concelho de Benavente. Trabalhar no sector agrícola é um privilégio para o empresário que acredita que o Ribatejo tem futuro e continuará a crescer.
Natural de Alhandra, aprendeu cedo a lidar com clientes no café que o pai explorava naquela vila ribeirinha, onde ajudava nos tempos livres. Diz guardar boas memórias da localidade e diz compreender quando ouve alguém elogiar Alhandra como a vila mais bonita do concelho de Vila Franca de Xira. O seu primeiro emprego foi na Tabaqueira, na secção de charutos e cigarrilhas, onde foi responsável pelo abastecimento e selecção do tabaco a colocar nas máquinas de enrolar. “Estive lá três meses e deu para aprender uma coisas”, recorda a O MIRANTE.
Quando era criança sonhava ser piloto de aviões. Concorreu à Força Aérea para piloto e chegou ao final dos testes mas a oportunidade não se concretizou. Tirou mais tarde o brevet de ultraleves e voou regularmente durante 15 anos. Por falta de tempo deixou de voar. Vendo a possibilidade do concelho de Benavente receber o novo aeroporto do país João Silva não tem dúvidas: “Seria uma mais-valia para a região e traria desenvolvimento e bastante emprego”.
Depois da passagem pela Tabaqueira entrou nas oficinas da OGMA, em Alverca, onde esteve durante três anos na secção de motores. A sua primeira experiência no ramo agrícola foi numa empresa que desenvolvia software para explorações de vacas leiteiras e inseminação artificial de bovinos. Em 1999 nasceu a Lusomix, com capital espanhol e português, e João Silva ficou com a administração. Mais tarde, quando os sócios maioritários colocaram as quotas à venda o empresário comprou-as e ficou dono da totalidade do negócio.
Palavra dada é honrada
A Lusomix começou no negócio de produção de rações para vacas leiteiras e diferenciou-se das outras empresas do mercado por produzir rações à medida para cada exploração. Passou também a comercializar sementes e começou a comprar produções de milho para fornecer as vacarias com silagem, um alimento composto pela planta completa do milho, picada, cortada e metida num silo em cimento, que é calcada, fermentada e de onde sai o alimento para o animal.
A empresa fornece anualmente perto de 20 mil toneladas de silagem. O alimento dos animais já não é feito como há meio século, garante o empresário. Hoje as produções contam com nutricionistas que adaptam a dieta dos animais às suas necessidades nutricionais, equilibradas em vitaminas e minerais. “Somos um sector muito tecnológico e avançado. Há 50 anos uma boa vaca dava 15 litros de leite. Hoje uma vaca que dê 20 litros de leite vai para o matadouro. Menos de 25 litros não paga o que come, não é rentável. O animal tem de dar em média 30 litros de leite”, explica.
O empresário diz não ter horas para o trabalho e na altura da produção de silagem a jornada de trabalho chega a ser entre as 06h00 e as 22h00, de segunda a sábado “porque ao domingo não há transportes”, conta. Ainda assim, quando sai do trabalho João Silva garante conseguir desligar-se e viver a vida. Tira-o do sério a incompetência e as pessoas que não são responsáveis.
“Defendo que temos sempre que dar a cara. Temos de ouvir o que as pessoas têm para dizer. A frontalidade é fundamental. Qualidade e honestidade acima de tudo. A pessoa tem de ter palavra, que é algo que há cada vez menos hoje em dia. Se assumir compromissos e respeitar esses compromissos normalmente a vida sorri-lhe”, conclui.

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