Identidade Profissional | 13-03-2023 07:00

“Temos que motivar os turistas a visitarem Santarém”

“Temos que motivar os turistas a visitarem Santarém”
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Hélder Condeço é consultor turístico e tem a sua própria agência de viagens, a Turconder, que é também o nome da sua empresa. É ainda proprietário do minibus turístico que circula pelos pontos principais do centro histórico de Santarém

Hélder Condeço é consultor turístico e tem a sua agência de viagens onde programa as viagens de sonho dos clientes.

É também o proprietário do minibus turístico que duas vezes por semana circula pelos pontos turísticos do centro histórico de Santarém. Aos nove anos foi um figurante acidental da revolução do 25 de Abril de 1974.

Hélder Condeço, 58 anos, é proprietário do minibus turístico que todas as quartas-feiras e sábados de manhã circula pelo centro histórico de Santarém e é também consultor turístico. A Turconder foi criada em 2016 e é uma agência de viagens onde se programa a viagem de sonho do cliente desde o início ao fim. Até criar a sua própria empresa trabalhou em várias áreas mas não se esquece do momento mais marcante da sua infância.
Tinha nove anos e vivia na Chamusca quando foi numa visita de estudo da escola primária com destino ao Museu da Marinha. A excursão saiu da vila ribatejana na manhã de 25 de Abril de 1974. Primeiro foi ao aeroporto de Lisboa com o intuito de ver os aviões a descolar e aterrar mas estava encerrado. Seguiram no autocarro em direcção à Praça do Comércio e na rua só viam soldados com cravos na mão. Do interior do autocarro diziam adeus com ar de felicidade mas sem saberem o que estava a acontecer. Assim que chegaram ao Museu da Marinha e depararam-se com o seu encerramento regressaram à Chamusca. Só depois perceberam que foram figurantes da revolução que trouxe a democracia a Portugal. “Para nós era uma festa o que estava a acontecer”, recorda a O MIRANTE.
Aos 13 anos viu-se obrigado a interromper os estudos para ajudar a família financeiramente. Na altura, vivia com os pais numa quinta na Carregueira, concelho da Chamusca, onde o pai era o responsável. Hélder Condeço ajudava-o na agricultura. Aos 17 anos regressou à Chamusca e trabalhou em várias áreas como, por exemplo, na construção civil. A sua vida começou a ganhar outros contornos quando entrou para o Centro Cultural Chamusquense, que tinha rancho folclórico, teatro amador e organizava o cortejo de Carnaval.
Decidiu ser motorista de autocarro depois de uma viagem com o rancho folclórico à Bélgica. “Foram dias vividos tão intensamente que quis absorver tudo o que estava a viver. Foi a primeira vez que entrei numa discoteca e que tive contacto com pessoas de outras nacionalidades. O motorista era extraordinário e foi o meu mentor durante muito tempo”, afirma. Aos 21 anos tirou a carta de condução profissional de pesados. Dois anos mais tarde casou e tornou-se motorista de autocarro e de excursões de longo curso. “A minha esposa teve um papel fundamental porque cuidou sempre de tudo sobretudo durante as semanas que passei fora a trabalhar”, sublinha.
Hélder Condeço entrou na Rodoviária Nacional, onde foi motorista de longo curso. Foi assim que conheceu muitos países. Em 1990 começou a trabalhar na Rodoviária do Tejo, onde esteve quase 25 anos e onde diz ter sido muito feliz. Nessa altura voltou a estudar, desta vez no ISLA, em Santarém, onde aprendeu técnicas de gestão de empresas. Era trabalhador/estudante. Saiu da Rodoviária do Tejo e trabalhou como motorista freelancer.

A pandemia parou-lhe os autocarros
Assim que criou a Turconder comprou um autocarro e mais tarde comprou outro. Inicialmente, achou que Santarém, pela proximidade a Fátima e Lisboa, seria uma mais-valia mas cedo percebeu que não e optou por ter um autocarro em Lisboa, onde sempre existiram mais oportunidades de trabalho, e outro que fazia circuitos turísticos por todo o país e estrangeiro. Tudo corria sobre rodas quando surgiu a pandemia. A agenda que já estava completa para 2020 subitamente ficou vazia.
Sem clientes, mudou de ramo e tornou-se consultor imobiliário. Fez formação e actualmente ainda faz acompanhamento de alguns imóveis quando pode. Com a pandemia já para trás das costas o empresário está focado em trazer turistas para Santarém. “A cidade pode beneficiar da proximidade a Lisboa desde que saibamos o que o turista quer e o que temos para lhe oferecer. O turista quer algo que o atraia e motive. Santarém tem essa diferenciação mas não tem sabido aproveitar o seu património cultural. Temos que motivar os turistas a permanecerem mais do que um dia em Santarém, esse é o principal objectivo”, revela Hélder Condeço.
Além do minibus tem a agência de viagens com o nome da sua empresa – Turconder – onde é consultor de viagens, ou seja, programa uma viagem desde o início ao fim. “As pessoas estão sedentas de viajar sobretudo após a pandemia. Limito-me a satisfazer os sonhos dos meus clientes e que eles fiquem satisfeitos com o itinerário e programa que lhes faço”, conta.

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