“O maior troféu que tenho é ajudar as pessoas a ter mais qualidade de vida”
Luís Fernandes é natural de Campo Maior e encontrou em Abrantes um lugar para viver e trabalhar. Na Clínica da Coluna, em Alferrarede, assume a missão de ajudar quem lá entra a ganhar qualidade de vida e a apaziguar a dor através de terapêuticas como a osteopatia, quiropraxia e naturopatia.
Os dias de trabalho de Luís Fernandes são preenchidos e dividem-se, numa mesma semana, por várias cidades portuguesas e espanholas, mas a missão é comum a todos: ajudar a reduzir a dor e assim melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes através de terapêuticas não convencionais como a osteopatia, quiropraxia e naturopatia. Na Clínica da Coluna, em Alferrarede, concelho de Abrantes, O MIRANTE encontra-o a despedir-se de um paciente que lhe agradece por estar “bem melhor” desde que começou a fazer os tratamentos naquele que é um dos vários espaços que tem na Península Ibérica. Na sala de espera, pelas 16h00, outro paciente aguarda por indicações para entrar. “É mais um dia corrido, mas como costumo dizer irei continuar enquanto tiver saúde para ajudar os outros. Sinto-me bem assim, dá-me motivação e não há melhor do que ver um paciente feliz”, diz o naturólogo que, aos 46 anos, afirma convicto que ter enveredado pela medicina não convencional foi a decisão certa.
Natural de Campo Maior, terra natal do conhecido empresário Rui Nabeiro, recentemente falecido, confessa que desde cedo se sentiu inspirado pelo percurso e exemplo do fundador da Delta que trabalhou até aos 91 anos. “Tenho a alegria de me poder considerar um empreendedor, sempre trabalhei por conta própria e fui crescendo. Claro que não sou igual a Rui Nabeiro, mas ele deixou boas lições aos campomaiorenses”, afirma Luís Fernandes, que criou uma empresa de turismo antes de abraçar a sua verdadeira paixão profissional nos anos 90.
“Tal como uma árvore não cresce de um dia para o outro” o seu crescimento profissional foi gradual. Iniciou-se no shiatsu, um método terapêutico assente no princípio da existência de canais energéticos ao longo do corpo. De seguida tirou osteopatia na escola superior de naturopatia em Barcelona e começou a tratar pessoas num espaço improvisado em Elvas, onde tinha instalada uma marquesa comprada pela Internet.
A procura, conta, começou a ser cada vez maior incitando-o a investir cada vez mais, não só ao nível das instalações mas também da formação. Especializou-se em naturopatia e há cerca de oito anos concluiu o curso de quiropraxia. “Não parei de estudar até hoje. Neste momento estou a acabar o curso de descodificação biológica para que possa ajudar ainda mais as pessoas”, diz, adiantando que em breve irá lançar em Abrantes, cidade onde vive, um novo projecto que vai permitir que as pessoas com mobilidade condicionada possam melhorar a sua qualidade de vida a partir do conforto de sua casa.
Dor ciática, hérnia discal e escoliose são problemas mais comuns
Apesar de trabalhar com terapêuticas não convencionais, ou seja, que partem de uma base filosófica que difere da medicina convencional, Luís Fernandes não se considera um fundamentalista. “Todos fazemos falta e todos somos essenciais para o bem-estar do ser humano. Acredito que cada profissional da saúde, na sua área, dá o melhor de si”, defende, salientando que respeita e tem boa relação com os clínicos da medicina convencional e que algumas das pessoas que trata são, em simultâneo, seguidas por médicos de várias especialidades.
“Olho para o paciente como um todo, como alguém que precisa da minha ajuda. E o maior troféu que tenho na vida não é a gratificação monetária, mas ajudar as pessoas a ter mais qualidade de vida”, afirma, elencando de seguida algumas das patologias e dores mais comuns que os seus pacientes apresentam como ciática, hérnias discais e escoliose.
Sobre o ensino de terapêuticas não convencionais em Portugal Luís Fernandes considera que o caminho ainda é longo. Para já estão a funcionar no país ciclos de estudos em osteopatia e acupuntura, mas outras áreas como quiropraxia e naturopatia, embora se encontrem regulamentadas pela Direcção-Geral do Ensino Superior, não entraram ainda em funcionamento. O que explica que para se profissionalizar e ter cédula da Administração Central do Sistema de Saúde tenha estudado em universidades e institutos superiores em Espanha e em Inglaterra, na Cambridge International University, onde se doutorou em filosofia da medicina homeopática.