Identidade Profissional | 16-05-2023 07:00

Luís Borrego gosta de cantar e de um pezinho de dança

Luís Borrego gosta de cantar e de um pezinho de dança
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Luís Borrego é topógrafo e proprietário do gabinete Topomagos, em Marinhais, desde 1990

Luís Borrego ainda pensou tirar o curso de Engenharia Agrónoma mas o serviço militar mudou-lhe o pensamento.

Durante o tempo de indecisão um conhecido disse-lhe para tirar o curso de topógrafo que teria trabalho à sua espera assim que concluísse a formação. Foi o que aconteceu e diz ter-se apaixonado pela profissão que abraçou. Depois de mais de duas décadas a trabalhar no sector público abriu o seu próprio gabinete, a Topomagos, em Marinhais, que funciona desde 1990. Aos 70 anos continua a gostar de cantar e dançar e diz que o segredo para ter saúde é manter-se activo e fazer o que gosta.

Luís Borrego tinha dez anos quando entrou no colégio interno de La Salle, em Abrantes. No dia em que teve que se despedir da família, que ficou em Salvaterra de Magos, não se lembra se quem chorava mais era ele ou a mãe. Os seus pais queriam que tivesse uma educação rigorosa por isso optaram pelo colégio de Abrantes. Só ia a casa nas férias escolares. Esteve lá até aos 18 anos e aprendeu a cumprir horários e regras. “Não era uma regime militar mas era muito rigoroso. Havia apitos e sirenes para tudo. Fiz muitas amizades que ainda hoje conservo. Encontramo-nos com regularidade em almoços”, conta Luís Borrego a O MIRANTE.
Quando saiu do La Salle regressou a Salvaterra de Magos com o equivalente ao actual 12º ano. Sempre gostou muito da vida agrícola e ainda ponderou tirar o curso de Engenharia Agrónoma. No entanto, teve que cumprir o serviço militar e com o tempo foi mudando de ideias. Fez a tropa na Escola Prática de Cavalaria de Santarém e terminou o serviço militar em Lanceiros 2, em Lisboa, onde era polícia militar apesar de confessar não ter grande jeito para o ofício. Os seus pais tinham um supermercado e venda de fruta a grosso e Luís Borrego, além de ajudar a mãe na loja, trabalhava nos terrenos agrícolas da família a acartar fruta.
Foi nessa altura de indecisão quanto à vida profissional que um conhecido lhe sugeriu que tirasse o curso de topógrafo pois teria emprego assim que terminasse a formação. E foi o que aconteceu. Começou a trabalhar, em 1978, no Gabinete de Apoio Técnico (GAT) em Santarém que dava apoio às autarquias. Entretanto mudou-se para Salvaterra de Magos, onde trabalhou até 1990 quando abriu a Topomagos, gabinete de topografia, em Marinhais. É um apaixonado pela sua profissão e diz que cresceu muito desde que criou o seu próprio negócio. “O público tem um lado burocrático muito grande e é tudo muito mais devagar. Neste trabalho tive que acompanhar a tecnologia porque mudou tudo comparando com o tempo em que comecei a trabalhar”, explica a O MIRANTE.
Na Topomagos faz-se a medição dos terrenos e levantamentos topográficos, seja de uma estrada ou de um terreno. Luís Borrego explica que é como fazer uma fotografia ao terreno ou à estrada e depois vai-se actualizando à medida que vão avançando os projectos. Tem clientes de todo o país, desde a construção de casas e prédios em Lisboa até às vinhas do Douro passando pelo Alentejo e Algarve. Hoje é tudo digital e já se trabalha com GPS (sistema de localização) e drones.
Aos 70 anos, reformado, continua a trabalhar. Tem um funcionário que desde a pandemia trabalha a partir de casa. Garante que vai continuar a trabalhar porque não se imagina em casa sem nada para fazer. Luís Borrego tem uma energia inesgotável e um bom humor que salta à vista. Não consegue estar sem ouvir música e é assim que adormece. Excelente bailarino, tem a sua esposa, com quem está casado há 48 anos, a acompanhá-lo nas suas aventuras. Foi proprietário de uma discoteca que funcionava dentro de uma fragata que estava atracada na marina de Salvaterra de Magos. Também teve um ginásio e um bar.
Na juventude praticou imenso desporto desde andebol, voleibol, basquetebol e atletismo. Mais tarde chegou a ser treinador do Clube Desportivo Salvaterrense tendo conseguido chegar à primeira divisão com a equipa de andebol. Tinha cerca de 20 anos quando se tornou vocalista de um conjunto musical que chegou a gravar um CD nas Festas do Foral de Salvaterra. Sempre gostou de cantar e actualmente faz parte de um coro do grupo O Batuque, de Marinhais. Faz pilates e tem aulas de dança. “Sinto-me mais jovem do que a idade que tenho. Acho que o segredo é estar sempre activo”, realça. Nos tempos livres dedica-se à horta biológica que tem em sua casa. Tem uma filha licenciada em Finanças e apenas lamenta não ter a quem deixar o negócio por isso continua a trabalhar.

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