“Trabalhar em casa tem a parte boa de não se perder tempo em viagens”
Inspector da Autoridade Tributária e Aduaneira desde 2006 Luís Batista é tesoureiro dos Pacemakers, associação criada em 2017 em Santarém que se dedica à caminhada e corrida todas as sextas-feiras à noite. Participou na Maratona de Sevilha há uns anos e diz que o momento de cortar a meta é indescritível.
Deixou de correr desde que se lesionou num joelho. Recorda as suas experiências profissionais na Parque Expo, que organizou a Expo98, e na Secretaria de Estado da Agricultura, quando esteve descentralizada na Golegã, como momentos importantes. Natural de Angola, tem três filhas e em Agosto vai receber em sua casa oito voluntários estrangeiros que vão participar na Jornada Mundial da Juventude.
Luís Batista é inspector da Autoridade Tributária e Aduaneira desde 2006 mas antes de estar nessa profissão passou por vários projectos. Após concluir a licenciatura em Gestão de Empresas, na Universidade de Évora, trabalhou numa empresa de adubos, que entretanto fechou, durante seis meses. Depois trabalhou na Parque Expo, empresa responsável pela criação e organização da Expo98, em Lisboa. “Estava na parte das acreditações. A Expo98 começou muito antes da inauguração. Estava lá quando puseram os primeiros animais no Oceanário e lembro-me que o almoço de Natal foi no pavilhão Atlântico quando ainda estava tudo em cimento”, recorda a O MIRANTE.
Quando terminou a experiência na Parque Expo foi trabalhar para o IFADAP – Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas, onde fazia análises de projectos de investimento na área da agro-indústria da região do Ribatejo. Ficou por lá até 2003 altura em que foi convidado para integrar a Secretaria de Estado da Agricultura que foi descentralizada para a Golegã. Um trabalho que durou alguns meses até o então Presidente da República, Jorge Sampaio, ter dissolvido o Parlamento e ter feito cair o primeiro-ministro da altura, Pedro Santana Lopes. Luís Batista garante ter gostado muito da experiência apesar de ter sido curta.
Regressou ao IFADAP mas entretanto concorreu para a Autoridade Tributária, onde entrou em 2006. Até à pandemia ia para Lisboa e regressava a Santarém todos os dias de comboio. Desde a pandemia que está em teletrabalho. Diz que ganhou duas horas que perdia nas deslocações e tem tempo para ir levar e buscar as filhas mais novas à escola. Organiza a sua agenda e pelo menos uma vez por semana vai aos escritórios da AT, no Parque das Nações.
“Trabalhar em casa tem a parte boa que não tenho que perder tempo em viagens mas falta o convívio com os colegas sobretudo porque trabalho muito com legislação e muitas vezes esta não é esclarecedora. Acontecia muito falar com os colegas e partilharmos as nossas dúvidas no imediato. Agora quando preciso esclarecer algo tenho que ligar mas tudo se resolve e se faz”, esclarece.
Luís Batista nasceu em Benguela há 50 anos e vive em Santarém desde os seis anos. Os pais ficaram em Angola depois da revolução de 1974 e ele e a irmã mais nova vieram viver com os avós, de quem guarda as melhores memórias. A sua mãe entretanto veio para Portugal mas o pai continua a viver em Angola. Adepto de desporto é um dos fundadores da associação Pacemakers, que começou por ser um grupo de caminhada e corrida. Todas as sextas-feiras à noite o ponto de encontro é junto ao coreto, no Jardim da República, no centro de Santarém.
Participou numa maratona de Sevilha [Espanha] e diz que o momento de cortar a meta é muito emotivo. “Foram muitos meses de preparação, muitos treinos, nem sempre fácil de conciliar com a vida familiar uma vez que a minha esposa estava grávida na altura. A corrida correu bem mas os últimos sete quilómetros foram os mais difíceis. Senti que se parasse já não conseguia retomar. Foi um momento de superação muito importante”, lembra. Há uns anos lesionou-se no joelho e nunca mais recuperou totalmente. A sua actividade desportiva agora é no ginásio ou caminhadas.
Luís Batista é o tesoureiro dos Pacemakers e dedica-se mais à parte burocrática e organizativa. Foi um dos responsáveis pela organização do Santarém Trail, prova organizada pela sua associação, que decorreu em Maio, e confessa ter gostado do feedback das pessoas que participaram e que assistiram.