Identidade Profissional | 10-01-2024 10:00

“Há um aumento de pedidos de insolvência desde a pandemia”

“Há um aumento de pedidos de insolvência desde a pandemia”
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Fábio Simões é um apaixonado pela sua profissão e não se vê a ter outra ocupação

Fábio Simões, 37 anos, é contabilista certificado e consultor fiscal. Sonhava trabalhar na agricultura mas a vida traçou-lhe outro rumo e garante que não se imagina a fazer outra coisa que não seja ligada à contabilidade. É licenciado em Contabilidade e Fiscalidade e tem um mestrado na mesma área. Posteriormente fez uma especialização em Direito Fiscal. É sócio-gerente da NumerDisponível desde 2015.

Fábio Simões é contabilista certificado e consultor fiscal e desde 2015 que é sócio-gerente do NumerDisponível, gabinete de contabilidade em Benfica do Ribatejo, concelho de Almeirim. Oriundo de uma família de empresários ligados à agricultura, sempre pensou seguir os passos dos pais e avós. As férias escolares foram sempre passadas nos campos de Vila Franca de Xira a ajudar a família na agricultura. Quando chegou a hora de tomar uma decisão, os pais disseram-lhe que a vida no campo era muito dura e não queriam isso para ele.
Em 2005 entrou na Escola Profissional de Salvaterra de Magos, embora sem saber que curso escolher. Foram os professores que ajudaram nessa decisão. “Quando entramos temos uma equipa de docentes que fala connosco para nos ajudar a escolher o curso que melhor se adapta a cada um. Disse-lhes que queria o curso mais difícil. A minha ideia era não conseguir terminar o curso para ir para a agricultura, que era o que queria. Mas existem professores que têm um papel determinante na nossa vida e foi o que me aconteceu. Fui para o curso profissional de contabilidade e houve um professor, com quem ainda me dou muito bem, que me despertou a paixão por contabilidade e hoje não me vejo a fazer outra coisa”, explica Fábio Simões a O MIRANTE.
Quando terminou o curso profissional licenciou-se em Contabilidade e Fiscalidade na Escola Superior de Gestão de Santarém, tendo tirado o mestrado na mesma área. Posteriormente fez uma especialização em Direito Fiscal na Faculdade de Direito de Lisboa. Começou a trabalhar, em 2011, em vários gabinetes de contabilidade mas sempre teve a ideia de ter o seu próprio negócio. Em 2015 assumiu a gerência da NumerDisponível em parceria com a sua sócia. Nos primeiros tempos ainda conciliou dois empregos, mas quando o volume de trabalho aumentou passou a dedicar-se a tempo inteiro ao seu gabinete de contabilidade em Benfica do Ribatejo.
Fábio Simões diz que o negócio corre bem e a NumerDisponível tornou-se um gabinete de contabilidade de referência em Benfica do Ribatejo e arredores com a carteira de clientes a aumentar todos os anos. Em 2023 contam com cerca de uma centena de clientes e ultrapassaram os 100 mil euros de facturação. “Preferimos crescer devagar e sustentadamente. Tive ofertas para comprar carteiras de clientes de colegas mas nem sempre aceitei porque tem que se fazer uma análise detalhada de cada cliente. É preferível fazer um bom trabalho com todos os nossos clientes do que optar por crescer no número de clientes e não oferecer um bom serviço”, afirma.

Empresários têm que saber encerrar o seu negócio
Além de contabilista certificado e consultor fiscal, Fábio Simões também é formador no curso de contabilidade no Instituto de Emprego e Formação Profissional de Santarém. O contabilista gosta de ensinar aquilo que aprendeu. “Agradeço aos meus patrões por me terem ensinado e por terem visto potencial em mim. Há gabinetes de contabilidade onde os estagiários passam o tempo a arquivar documentos. Eu gosto de ensinar porque é a errar que se aprende”, sublinha.
A NumerDisponível tem protocolo com Instituto Politécnico de Santarém e todos os anos recebem estagiários do curso de Gestão de Empresas. É ali o primeiro contacto com a vida profissional. Alguns estagiários já ficaram a trabalhar e actualmente o gabinete de contabilidade tem duas estagiárias da Escola Superior de Gestão, uma já a fazer estágio profissional e outra que vai começar em breve.
Fábio Simões considera que um empresário tem que saber quando chega a hora de fechar o seu negócio. O contabilista afirma que por vezes existe um tecido empresarial muito teimoso, sobretudo os mais velhos que querem continuar com a empresa até que chega a um momento em que não é possível fazer mais nada a não ser pedir insolvência. “Tem havido um aumento de pedidos de insolvência, sobretudo de pessoas colectivas, desde a pandemia. A insolvência poderia ter sido evitada se a empresa tivesse fechado mais cedo. A pandemia veio dar um empurrão a muitas empresas que já se arrastavam”, realça.

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