Um empresário perfeccionista para quem a equipa é como uma família
Luís Fazendeiro é sócio-gerente da Express Glass, em Castanheira do Ribatejo, uma oficina onde se mudam todos os vidros de viaturas, dos ligeiros aos pesados passando pelas máquinas. O sonho de ser médico não se concretizou mas o empresário ganhou outra paixão: o mundo automóvel.
Na equipa da Express Glass de Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, todos são uma família e vestem a camisola diariamente para servir bem os clientes. Luís Fazendeiro, de 52 anos, é o sócio-gerente da empresa e um perfeccionista que não gosta de deixar sair carros da oficina com o trabalho mal feito. “O meu principal valor é a honestidade. Aqui somos uma família e é importante estarmos todos em sintonia. Essa partilha de informação é fundamental para todos vestirmos a mesma camisola e remar para o mesmo lado”, conta a O MIRANTE.
Natural de Vila Chã de Ourique, concelho do Cartaxo, Luís Fazendeiro vive desde a infância no concelho de Vila Franca de Xira. Quando era jovem o seu primeiro emprego foi na loja de roupa “Ponto 22”, em Vila Franca de Xira. Depois foi passando por várias fábricas da região até entrar na área de vendas. Foi por desafio do amigo Rui Adrião, que ainda hoje é o seu sócio, que surgiu o desafio de entrar no ramo da substituição de vidros. Primeiro em Caldas da Rainha e depois em Castanheira do Ribatejo, onde já lidera a empresa há 11 anos e partilha oficina com Rui Rodrigues e Valdemar Silva.
Quando era criança Luís Fazendeiro sonhava ser médico e ainda chegou a estudar durante a noite para tentar alcançar esse objectivo, mas acabou por se embrenhar no mundo do trabalho e já não olhou para trás. “Não me arrependi, a vida é o que é e aos 20 e poucos anos, quando entrei nas vendas, gostava de experimentar. Mas fui sempre alimentando o desejo de ter algo meu, em que pudesse ter uma contribuição mais activa e foi quando surgiu o negócio”, recorda. Como em todas as profissões há um factor repetitivo no trabalho que desenvolve mas o empresário diz que acaba por ser desafiante porque não há dois vidros iguais. “Gosto de estar sempre atento às novidades. É preciso estarmos sempre a estudar e a aprender para fazer melhor. Todos os dias aprendemos mais”, refere.
Na Express Glass de Castanheira do Ribatejo trocam-se vidros para todos os tipos de veículos, desde automóveis ligeiros a pesados e até de máquinas. A equipa também tenta reparar os vidros sempre que isso seja possível e o cliente o pretenda, como forma de evitar a substituição total. E também trabalham com seguradoras caso os clientes tenham as apólices com quebra isolada de vidros.
De vez em quando, confessa Luís Fazendeiro, também aparecem uns carros clássicos na oficina para mudar os vidros. São esses que fazem arregalar os olhos da paixão automobilística da equipa. “Em alguns casos é mais difícil encontrar os vidros mas fazemos sempre tudo o que podemos”, diz-nos o empresário, fazendo a ponte com os modelos mais recentes que já vêm com câmaras no tablier e por isso precisam de cuidados adicionais. “Nos modelos mais novos, com câmaras, já temos uma máquina para calibrar a câmara quando substituímos o vidro. Nenhum carro sai daqui para a estrada sem que esteja tudo correcto”, assegura.
Carga fiscal inibe crescimento
Luís Fazendeiro confessa-se uma pessoa perfeccionista que não gosta do desenrascanço. “Às vezes dá mais trabalho fazer as coisas mal feitas do que ter cuidado e fazê-las logo bem. Estamos sempre cá para resolver o problema ao cliente e damos um certificado de garantia vitalícia do material. Uma nova pedrada que o parta não, mas garantimos a qualidade do material contra qualquer defeito do nosso trabalho. Isso é uma mais-valia que temos”, revela.
Admite que não é fácil ser empresário e culpa a elevada carga fiscal e os encargos com impostos que recaem sobre os ombros dos patrões. “A resiliência é o melhor amigo de um empresário. Nunca podemos baixar os braços”, confessa o homem que espera que o próximo Governo não se esqueça dos pequenos e médios empresários. “As grandes empresas fazem mexer o país mas nós também. Há centenas, desde a pequena mercearia à nossa, que empregam muita gente e precisam de ajuda porque a carga fiscal é elevada e a isso não podemos fugir. Às vezes não investimos na empresa e com um alívio maior conseguiríamos fazer o negócio crescer”, explica.