Identidade Profissional | 07-05-2024 21:00

Farmácias têm de ser espaços onde se cuida e não apenas onde se faz negócio

Farmácias têm de ser espaços onde se cuida e não apenas onde se faz negócio
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Cristiana Severino gosta de ser das primeiras a chegar diariamente à farmácia e preparar tudo para receber bem os utentes

Cristiana Severino é farmacêutica adjunta na Farmácia Varela do Carregado, a sede de um grupo que já tem sete farmácias nos concelhos de Alenquer e Vila Franca de Xira. É uma pessoa que preza o lado humano do trabalho e gosta de saber que está a ajudar quem precisa, em vez de estar apenas a aviar medicamentos.

Cristiana Severino, farmacêutica adjunta da Farmácia Varela do Carregado, concelho de Alenquer, sente-se realizada por chegar ao emprego todos os dias sabendo que vai fazer a diferença pela positiva na vida dos utentes e encontrar diferentes estímulos e desafios. No seu trabalho, pica o ponto diariamente sabendo que a rotina não faz parte da receita.
“Nesta profissão o que é muito estimulante é o dia a dia ser muito diferente. Não há rotinas, não há dois dias iguais. Nunca sabemos que utentes nos vão aparecer na farmácia e quem é que vamos ajudar. Não fazemos apenas trabalho de balcão, há muito trabalho envolvente e é uma grande satisfação ver quando as pessoas vêm ter connosco e saem daqui com uma resposta para os seus problemas”, diz Cristiana Severino.
A farmacêutica nasceu e vive no concelho de Alenquer, onde gosta de viver e trabalhar. Quando era pequena gostava de dançar e chegou a sonhar ser bailarina mas a vida levou-a para outros desafios. “Na escola decidi ingressar em ciências farmacêuticas. Comecei a trabalhar em farmácia comunitária em 2012 e vim para o grupo Varela em 2015”, conta a O MIRANTE. Actualmente diz-se uma privilegiada por fazer o que gosta. É farmacêutica adjunta, ou seja, faz todo o trabalho inerente à direcção técnica da farmácia, actualmente assegurada por João Varela.
“Sou polivalente. De manhã tanto posso estar ao balcão como depois a fazer a gestão de equipa. Gosto de meter as mãos ao trabalho e não gosto de estar num gabinete”, confessa. Gosta de ser das primeiras a chegar à farmácia, ver se todos os dez balcões estão prontos para o dia de atendimento e preparar horários das 28 pessoas que ali trabalham. Uma farmácia, defende, não deve ser apenas um espaço para aviar medicamentos: tem de saber ouvir e cuidar quem a procura. “O lema do nosso grupo é “Onde Cuidar é Diferente de Tratar” e assim é que deve ser. Queremos sempre que o nosso utente saia daqui com as suas necessidades satisfeitas. Não somos uma máquina de vender medicamentos. Somos uma casa para cuidar de pessoas e temos de as saber ouvir, respeitar e ajudar”, defende.
O Grupo Varela foi fundado por José Varela e tem hoje sete farmácias nos concelhos de Alenquer e Vila Franca de Xira. Além da Farmácia Varela, tem também as farmácias Barrada, Catarino e Matos Coelho, em Alenquer, e a farmácia Tejo, em Castanheira do Ribatejo, e a Nova Alhandra, em Alhandra. Está agora a preparar-se para abrir uma nova farmácia junto ao Lidl do Carregado. “Temos crescido com os pés bem assentes na terra, passo a passo, etapa a etapa, mas em crescimento permanente. Temos um forte sentido de missão, somos uma equipa muito unida”, explica.

Farmácias podem ajudar SNS
Quatro anos depois da pandemia, Cristiana Severino ainda não esqueceu como foi estar numa das poucas áreas de actividade a manter a porta aberta para ajudar quem precisava. “Tive medo de trabalhar naqueles primeiros tempos, era tudo uma incógnita, mas não podíamos parar, tínhamos de continuar a ajudar. Nunca pestanejámos em vir trabalhar”, confessa.
A profissional diz-se uma pessoa metódica, e a desorganização tira-a do sério. Diz que a comunidade reconhece a importância do papel das farmácias na promoção da saúde e que muitas vezes são a primeira fonte de contacto de quem precisa. “Nesta zona não há muitos médicos de família e os utentes demoram muito tempo para ter as suas receitas. Isso depois leva a que alguns não tenham medicação suficiente para continuar a sua posologia. Espero que a situação nos centros de saúde melhore e tenho alguma esperança nas perspectivas de vir a permitir que as farmácias possam ter um maior papel no aconselhamento de certos medicamentos, sobretudo para as situações crónicas ligeiras”, defende.
Cristiana Severino espera que o Serviço Nacional de Saúde rapidamente possa melhorar a resposta dada à população, porque actualmente muita gente que chega à farmácia nem sequer por um médico ou enfermeiro conseguiu ser atendida. “Fazer o que se gosta é meio caminho andado para desenvolver o trabalho de uma forma mais profissional. No meu caso é fácil trabalhar e não olho para o relógio porque tem sido um privilégio fazer o que faço, poder ajudar as pessoas e estar rodeada desta grande equipa”, conclui.

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