Identidade Profissional | 28-05-2024 21:00

Telma Jamila sonhava ser bailarina e fundou a Academia Dance4You

Telma Jamila sonhava ser bailarina e fundou a Academia Dance4You
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Telma Jamila abriu a Dance4You onde dá aulas de dança do ventre

Telma Jamila, 45 anos, sonhava ser bailarina mas só depois de se licenciar em Design Gráfico seguiu nessa direcção.

Optou pela dança do ventre e formou-se para poder dar aulas e abrir o próprio negócio. A Academia de Dança e Eventos Dance4You, em Castanheira do Ribatejo, cresceu e tem uma vasta oferta de estilos de dança para todos, incluindo dança do ventre.

Desde criança que Telma Jamila sonhava ser bailarina. Mas em Alenquer, onde estudou e cresceu, não havia praticamente oferta na área da dança. Só aos 12 anos descobriu que na terra havia aulas de dança jazz e começou a aprender. Enquanto aluna foi frequentando workshops de vários estilos de dança até ir para Tomar estudar. Parou as aulas de dança e dedicou-se ao curso superior de designer gráfico, área em que se licenciou.
Começou a trabalhar como designer, em Lisboa, numa altura em que começaram a surgir academias que ensinavam danças orientais, estilo que teve muita procura por causa da telenovela “O clone”, que estava a ser exibida na televisão. Fascinada pelo Oriente, decidiu começar a praticar dança do ventre no Ateneu de Lisboa ao mesmo tempo que trabalhava como designer. Rapidamente começou a fazer espectáculos com o grupo do Ateneu e chegou a actuar na Feira Internacional de Artesanato e Bolsa de Turismo de Lisboa, no Parque das Nações.
Sentia-se bem a dançar e como na região não havia nenhuma professora de dança do ventre, especializou-se na área. Aprendeu com bailarinas que vinham a Portugal dar formação, tirou o curso de professora de dança do ventre, em Madrid, e fez várias formações em festivais de dança em Barcelona. Foi depois convidada para dar aulas num ginásio em Alenquer e começou a nova aventura profissional. “Percebi que era isso que queria e que me fazia feliz”, conta.
Como bailarina participou num sem número de eventos, incluindo actuações em casamentos. O trabalho que fazia enquanto designer gráfico era como freelancer, o que permitia gerir o seu tempo.
Deu aulas no Ateneu Artístico Vilafranquense, em Vila Franca de Xira, na Academia Paula Manso, em Alverca do Ribatejo, em Arruda dos Vinhos e Torres Vedras.
Quando engravidou do único filho teve de parar. Durante dois anos dedicou-se à maternidade, até que em 2018 arriscou e lançou-se por conta própria. “Já me tinha afastado do design gráfico e montei o meu negócio. Pedi apoio ao centro de emprego e percebi que na região fazia falta uma escola de dança em Castanheira do Ribatejo. Abri um espaço pequeno no centro da vila e resisti à pandemia de Covid-19, altura em que muitas escolas fecharam. Tem sido uma luta”, conta.

A dança do ventre ainda é tabu para algumas mulheres
Há pouco mais de um ano abriu a Academia de Dança e Eventos Dance4You, na Castanheira do Ribatejo. Uma escola maior, mais bem localizada e com todas as condições para se aprender a dançar. A escola tem cerca de 150 alunos e tem professores de vários estilos como kizomba, ballet, hip hop, salsa, danças de salão, zumba, ioga, pilates, capoeira e claro dança do ventre, disciplina em que Telma Jamila é professora. “A dança do ventre é uma das mais antigas que existe e as pessoas não têm noção. Explico às minhas alunas a história para as integrar nesta dança culturalmente”, afirma.
A dança do ventre trabalha os músculos todos do corpo e é óptima para a auto-estima da mulher. É terapêutica, uma vez que ajuda quem tem quadros depressivos e precisa de conviver, ao mesmo tempo que apela ao lado sensual. Mas engane-se quem pensa que é preciso ter um corpo escultural para dançar. “O peso a mais costuma ser um factor inibidor mas não existe um critério físico para dançar, não existe o corpo ideal. Tenho alunas que actuam nos espectáculos e que agradecem porque quando começaram tinham vergonha de mostrar o corpo, nem alças usavam, e ultrapassaram os complexos. A dança tem a vertente física, mental e espiritual. É uma dança sensual mas não é o principal objectivo”, explica.
A dança do ventre ainda é tabu para algumas mulheres e em Castanheira do Ribatejo não tem ainda muitas adeptas. “Nota-se diferença nas mentalidades. Em Alverca, por exemplo, são mais desinibidas, aqui nem tanto. Têm de experimentar e conhecer”.
A Academia de Dança e Eventos Dance4You pretende assumir-se como uma referência da dança na região e, quem sabe, abrir mais escolas.

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