Identidade Profissional | 26-06-2024 10:00

Rodolfo Cruz é o braço direito da direcção do Ateneu Cartaxense

Rodolfo Cruz é o braço direito da direcção do Ateneu Cartaxense
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Rodolfo Cruz está a tempo inteiro no Ateneu Artístico Cartaxense e faz a ponte entre a direcção e a família Ateneu

Rodolfo Cruz é assistente de direcção no Ateneu Artístico Cartaxense, no Cartaxo. Uma instituição com um legado de 143 anos e quase 600 atletas que se dividem por mais de uma dezena de modalidades.

Rodolfo Cruz, 34 anos, trabalha no Ateneu Artístico Cartaxense (AAC), no Cartaxo, desde 2015. Entrou como funcionário administrativo a tempo parcial e passado um ano passou a estar a tempo inteiro. Nos últimos três anos tem feito a ligação entre a direcção e a família Ateneu como assistente de direcção. Mais do que um funcionário, procura ser um amigo para as crianças que diariamente passam por si para seguirem para os treinos das diferentes modalidades que a instituição, com 143 anos de história, oferece.
Nasceu em Santarém e viveu 20 anos no Vale de Santarém. Há cerca de 14 anos que vive no Cartaxo, onde a companheira, Maria João Oliveira, é vereadora do município, tendo sido, inclusivamente, directora do Ateneu Cartaxense durante oito anos. No 8º ano Rodolfo Cruz queria ser informático e foi numa ida das escolas secundárias à sua escola para mostrarem os cursos profissionais que decidiu, à semelhança dos colegas, seguir secretariado. Ao longo dos anos foi fazendo formações em liderança e motivação de equipas. Os seus pais e amigos sempre fizeram pressão para ir mais além nos estudos e não descarta uma licenciatura ligada ao marketing e gestão de eventos. Começou a trabalhar com 19 anos numa oficina de pintura automóvel na Póvoa da Isenta, onde esteve dois anos, e trabalhou numa fábrica de carnes em Santarém antes de entrar para o Ateneu. Não pensa em meter-se na política e garante que a prioridade é o evoluir da instituição.
O assistente de direcção conta que o AAC já se habituou a viver sem apoios financeiros, procurando organizar eventos como as noites na discoteca Lipps ou a Caminhada das Cores para angariar receitas. Com o mesmo fim, participam também na Feira de Todos os Santos, nas Festas da Cidade e na Festa do Vinho e procuram patrocínios, uma vez que as mensalidades dos atletas não chegam para cobrir as despesas correntes. O dinheiro dos eventos permitiu colocar um telhado novo num edifício com mais de meio século e que em 2008 sofreu um incêndio de grandes dimensões; luminárias novas e requalificar os balneários. A União de Freguesias Cartaxo e Vale da Pinta dá um apoio monetário anual, que se tenta canalizar para equipamentos desportivos e deslocações de atletas. Em termos de europeus e mundiais, o Ateneu do Cartaxo apoia financeiramente os ginastas apurados, mas uma parte ainda tem de ser suportada pelos pais.

Quase 600 atletas
As medalhas têm crescido não só na ginástica como noutras modalidades como o tiro com arco, que conta com atletas de Abrantes e Tomar. Na ginástica há tumbling, trampolins, motricidade, aerosaltos e ginástica localizada para adultos. Ténis, judo, equitação, BTT cicloturismo, ballet e voleibol e em breve skate são outras das modalidades ao dispor. Mesmo sem a natação, devido à requalificação das piscinas interiores municipais, o Ateneu chegou quase aos 600 atletas.
A equipa do Ateneu Artístico Cartaxense é composta por nove directores, 11 técnicos e alguns monitores que ajudam a manter a segurança nas aulas. Rodolfo Cruz acrescenta que além de uma base de professores que estão na instituição há décadas, os bons resultados também se devem ao investimento nos equipamentos, uma forma de a instituição ser “o mais transparente possível” com os patrocinadores e com quem confia no seu trabalho. No ano passado o investimento foi numa nova pista de tumbling e este ano num trampolim, na ordem dos 13 mil euros. O próximo objectivo é angariar dinheiro para uma viatura de nove lugares.
“O mais gratificante é os miúdos passarem por mim e dizerem com alegria: Boa tarde, Rodolfo!. Batem-me na mão, sinto-os próximos de mim”, revela Rodolfo Cruz, acrescentando que por vezes desabafam sobre os problemas escolares e familiares. São dois funcionários a tempo inteiro na secretaria e a tratar de tudo o que complementa a parte funcional das actividades, fazendo os horários das 10h00 às 19h00 e das 14h30 às 21h00. Quando está no turno da manhã, chega por volta das 10h00, verifica os e-mails e guia a senhora da limpeza. Por volta das 16h00 começam as actividades e auxilia os professores. Trata da facturação, preparação de eventos e redes sociais. Se houver alguma representação é quem dá a cara pela instituição.

Uma instituição acessível a todos
Rodolfo Cruz conta que houve tempos em que só entravam no AAC as pessoas mais abonadas de dinheiro. A classe mais baixa era proibida de entrar e ia para outras colectividades. Quem se fizesse sócio estava sujeito à aprovação dos já sócios e da direcção. A fotografia era fixada na entrada e se houvesse alguém que se opusesse não entrava como associado da instituição. À entrada havia um contínuo e regras, como não se poder entrar de chinelos ou chapéu. Rodolfo Cruz explica que o Ateneu Artístico Cartaxense passou de uma instituição elitista para uma instituição acessível a todos.

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