Identidade Profissional | 16-07-2024 10:00

“Na zona industrial da Chamusca não se produz nada”

“Na zona industrial da Chamusca não se produz nada”
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Jorge António é um profissional apaixonado pela profissão de electricista

Jorge António abraçou a profissão de electricista com 15 anos e actualmente é sócio-gerente da Queimado - Sociedade Electrotécnica, Lda., na Chamusca. A empresa da área da electricidade industrial trabalha em todo o país.

Jorge António, 50 anos, é sócio-gerente da Queimado - Sociedade Electrotécnica, Lda., na Chamusca, com quem viria a ser mais tarde o seu sogro, Joaquim José Moita Queimado, já reformado, trabalhando ao lado da esposa, Sofia, directora financeira da empresa. A empresa de instalações eléctricas, sistemas de bombagem, automatismos, manutenção, assistência técnica e reparações, localizada na zona industrial da Chamusca, tem cerca de duas décadas e sucedeu à firma Queimado & Serra - Electrificações Industriais e Agrícolas, Lda. Natural da freguesia vizinha de Ulme, Jorge António espera ter saúde durante pelo menos mais 20 anos para dar continuidade à actividade que tanto o apaixona desde os 15 anos, ser electricista.
“Sempre gostei do meu ofício, gosto muito de electricidade e não me aborreço de trabalhar”, afirma, acrescentando que “não precisamos de ser todos doutores ou engenheiros”, desde que seja um trabalho “honesto, prestável e cumpridor”, deixando a porta aberta para o filho de 18 anos, que quer ser engenheiro informático. A O MIRANTE recorda o primeiro patrão que teve, em 1989, para quem trabalhou um ano a ganhar cinco contos por mês, e o primeiro trabalho, o Hotel dos Cavaleiros, em Torres Novas. Fala em ter tido “sorte” de receber o convite por parte do sogro e é com orgulho que expõe na sala de reuniões da empresa os diplomas de conclusão das formações que foi fazendo ao longo dos anos para se especializar.
Mais de 70% do trabalho da Queimado - Sociedade Electrotécnica, composta por uma equipa de dez funcionários da vila, é de fora do concelho da Chamusca, predominantemente na secagem de cereais, do milho ao arroz. “Temos uma zona industrial que não é uma zona industrial, é uma zona de prestação de serviços. Na Chamusca não se produz nada, recebemos dos outros e vendemos”, argumenta, defendendo que de toda a indústria que existiu no concelho da Chamusca, como foi o caso da fábrica do tomate Spalil, na qual fizeram as instalações eléctricas, ou da adega cooperativa, resta um ecocentro e a fábrica de águas, em Ulme.

“O concelho da Chamusca teve tudo para passar a ter quase nada”
“Temos grandes infraestruturas que podiam andar para a frente, o concelho da Chamusca teve tudo para passar a ter quase nada”, conta, revelando tristeza com o facto de o município solicitar orçamentos e acabar por recorrer a empresas de fora, sendo que até Paulo Queimado ser eleito presidente da Câmara da Chamusca, era a Queimado - Sociedade Electrotécnica a trabalhar na Semana da Ascensão na Chamusca. O empresário revela ambição de levar mais longe a empresa, que já trabalhou em Angola, mas reconhece que a falta de mão-de-obra é um entrave e que os poucos jovens que se interessam pela área não querem trabalhar no concelho da Chamusca, que na sua opinião devia investir em formações e melhorar os acessos. “Não sabemos se a A13 vai passar, se vai haver uma nova ponte da Chamusca. Era miúdo e ouvia falar na ponte, que está quase como o novo aeroporto”, conclui.

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