“A construção civil está muito massacrada por maus profissionais”
Ana Inácio é o braço direito do marido na Inácio & Baptista, empresa especializada em janelas eficientes que há dois anos saiu de Sintra para Salvaterra de Magos. A empresária diz que é mais feliz desde que se mudou para o Ribatejo, pois tem mais tempo para a família.
Ana Inácio, 42 anos, é sócia da Inácio & Baptista em Salvaterra de Magos, empresa que detém com o marido Joaquim Baptista, 44 anos, e garante ser mais feliz desde que a firma, especializada em janelas eficientes se mudou de Sintra para o Ribatejo, há dois anos. Licenciada em Relações Públicas e Publicidade, sempre trabalhou no atendimento ao público e é quem atende na Inácio & Baptista, que tem cinco funcionários e realiza montagens por todo o país. A empresária revela que não há ambição de crescer porque significaria perder a proximidade aos clientes, além da falta de mão-de-obra ser uma condicionante.
O seu primeiro emprego foi como vendedora e chefe de equipa numa imobiliária. A partir dos 16 anos conciliou os estudos e o trabalho e já gostava do atendimento ao público. Não exerceu relações públicas e publicidade por se negar a estágios não renumerados. Fundou em 2017 com o marido a Inácio & Baptista, pela necessidade de Joaquim, que trabalhava como empresário em nome individual, ter uma administrativa, acabando por tirar uma especialização em Design de Interiores para somar à empresa. Ao início remodelavam casas, mas a pandemia e a falta de mão-de-obra obrigaram a uma reestruturação da empresa e a especializarem-se em janelas, que já instalavam no contexto de obra. “As pessoas habituaram-se a ficar em casa e temos um Governo que dá tudo para estarem em casa. Se juntarmos o factor impostos não é fácil”, lamenta, acrescentando que preferia dar aos colaboradores do que entregar ao Estado.
Salvaterra de Magos era onde Ana Inácio passava férias em criança com uma amiga da família. A ideia da mudança surgiu após o marido ter recuperado de uma infecção por Covid-19 que o deixou entre a vida e a morte. “Não se permitiu descansar e ouvir o corpo a pedir descanso”, recorda. O casal pensou “no que realmente importa”, sendo que actualmente já consegue equilibrar a vida profissional e familiar.
Fora da empresa, Ana Inácio e Joaquim Baptista dedicam-se à filha de oito anos e ao filho de 17, que praticam equitação, e ainda aos amigos que fizeram em Salvaterra de Magos, muitos deles clientes. Gonçalo, o filho de 17 anos, estuda Energias Renováveis na Escola Profissional de Salvaterra de Magos, uma possível aposta da empresa no futuro, revela a empresária. “Não quero ser a empresária que vive para isto, que olha para o lado e os filhos cresceram e não se percebe bem como”, vinca, descrevendo como uma das suas características a preocupação com os outros e ir ao encontro do que precisam.
Ana Inácio alerta para o facto de a construção civil estar “muito massacrada por maus profissionais”, alguns sem empresa aberta e que desaparecem facilmente deixando obras por acabar ou o trabalho mal feito. No Ribatejo atendem principalmente a problemas de conforto térmico e no caso particular de Samora Correia, refere, de isolamento acústico devido à passagem de camiões. A certificação da empresa permite aos clientes recorrer a fundos ambientais. “Queremos continuar este caminho de qualidade e que nos vejam como uma empresa de confiança”, conclui.