Nuno Patrício vende peças para máquinas agrícolas e industriais e gosta do que faz
Nuno Patrício teve o primeiro contacto com peças agrícolas na oficina de tractores do pai, em 1980. Em 2015 inaugurou a GP Agro em Perofilho, no concelho de Santarém, e a esposa Lara é quem está actualmente consigo no negócio.
Nuno Patrício, 57 anos, gere com os seus mais de 40 anos de experiência a GP Agro, uma casa especializada em peças para máquinas agrícolas e industriais que nasceu a 4 de Fevereiro de 2015 no espaço onde Lara, sua esposa e braço direito, teve a taberna do avô, a mercearia da avó e o café do pai em Perofilho, no concelho de Santarém. A disponibilidade quase total do casal, que vive mesmo ao lado, e os conhecimentos do empresário são um chamariz para novos clientes que vêm de propósito de concelhos vizinhos encontrar solução para os seus problemas.
Se não fosse vendedor de peças, Nuno Patrício seria provavelmente professor de línguas pelo conhecimento que adquiriu no contacto com os fabricantes. Sabe falar espanhol, italiano e um pouco de alemão. Estudou até ao 9º ano e era aluno de 5 a inglês e francês. O pai trabalhou numa oficina de tractores e foi sócio de uma oficina em 1980, onde Nuno Patrício aprendeu durante anos a identificar as peças e a função.
O seu primeiro emprego foi a distribuir grades de bebidas pelos cafés, trabalhou na Ipetex uns meses e foi convidado em 1990 para abrir a secção de peças da Scalagro em São Pedro, Santarém, empresa de máquinas e equipamentos agrícolas – que também vende na loja –, assim como máquinas para jardim, componentes e lubrificantes. Identificou e abriu fichas de mais de 3000 produtos na altura, conta. Na segunda secção de peças, em Almeirim, “já era tudo informatizado”, em 2014, e foi quando o agora ex-sócio o desafiou para o negócio da GP Agro.
Para o empresário, cinco a seis horas de descanso são o suficiente para acordar com energia para o dia seguinte. Tira duas semanas de férias por ano, uma no Verão e outra no Outono, e aos fins-de-semana vai servir às mesas em casamentos e baptizados para “limpar a cabeça” e conhecer pessoas novas. Tem três filhos, dois gémeos de 23 anos e uma rapariga de 19 que não estão ligados ao negócio.
Uma das maiores dificuldades tem sido “receber da parte dos clientes” que pagam ao fim de vários dias ou meses. “O tempo vai mudando e não conseguem a receita que estavam à espera para honrar os compromissos. O próprio preço das peças está caro. Um agricultor que tenha um tractor de gama média/alta paga uma pequena fortuna para fazer a revisão, e é da terra que vem esse proveito”, justifica, acrescentando que os agricultores acabam por adiar as revisões.
O casal admite ter pensado em expandir o negócio, inclusive ter uma oficina para fazer a manutenção dos equipamentos que vende, mas o preço dos arrendamentos e a falta de mão-de-obra são entraves. “Há cada vez menos mecânicos de máquinas agrícolas. A juventude não quer ir trabalhar para um sítio onde vai sujar as mãos, andar com um fato de macaco e a cheirar a gasóleo”, refere Nuno Patrício.