Identidade Profissional | 14-01-2025 21:00

Luís Ferreira deixou a carreira militar para gerir restaurante O Pinheiro

Luís Ferreira deixou a carreira militar para gerir restaurante O Pinheiro
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Luís Ferreira gere, com a esposa Raquel, o restaurante O Pinheiro, em Almeirim

Luís Ferreira é o novo rosto do restaurante O Pinheiro após o sogro Joaquim Pinheiro ter deixado o negócio. A seu lado tem a esposa Raquel e juntos dão continuidade a uma casa com nome na região e 32 anos de história em Almeirim.

O restaurante O Pinheiro é paragem obrigatória em Almeirim para quem segue para a caça no Alentejo, para férias no Algarve ou simplesmente sai de casa com o propósito de provar a típica sopa da pedra, a garoupa ou os lombinhos de porco com bacon do restaurante, situado junto à praça de touros de Almeirim. O MIRANTE esteve à conversa com Luís Ferreira, que gere o estabelecimento do sogro Joaquim Pinheiro com a esposa Raquel, que coordena a cozinha.
Luís Ferreira, 39 anos, concluiu o 12º ano e tinha o sonho de ser polícia ou militar, mas a vida trocou-lhe as voltas quando soube que ia ser pai aos 19 anos. Ainda esteve na vida militar durante um ano, ajudando no restaurante aos fins-de-semana, primeiro a levantar e pôr mesas e depois no balcão onde se trata das encomendas de comida para fora e dos pagamentos. Acabou por entender que enveredar pelo negócio seria melhor para a família e esteve 15 anos a aprender com o sogro, que se ausentou há cinco anos.
Antes disso, com 16 anos, tinha tido apenas uma experiência de trabalho num armazém de fruta. Ajudou a mãe numa loja de pequeno comércio em Fazendas de Almeirim e aos fins-de-semana ia para o campo. Um de três irmãos, de família humilde e trabalhadora, teve a capacidade de se adaptar e passar a gerir uma equipa de 33 funcionários no restaurante O Pinheiro. “Os clientes são pessoas do distrito, muitos a nível nacional e emigrantes. Estive nos Estados Unidos e muita gente conhece o restaurante. Quando vêm a Portugal têm de vir comer a O Pinheiro para matar saudades do país e da gastronomia”, afirma.
Luís Ferreira conta que o sogro trabalhou em restaurantes da zona até surgir a oportunidade de ficar com o espaço. Desde que assumiu o negócio, não se queixa de falta de clientes nem de empregados e tem funcionários com quinze anos de casa. Contudo, um dos maiores desafios, admite, é a gestão de equipas, “cada um com o seu feitio e os seus problemas”, aos quais é difícil, por vezes, ficar indiferente. “Isto não é bem uma fábrica e grande parte das vezes acabamos por absorver os problemas dos outros”, afirma.
Questionado sobre a certificação da sopa da pedra, afirma que os benefícios vão para além dos económicos, uma vez que se trata de “manter a receita original e o que é realmente a sopa da pedra”. Tem um filho de nove anos que anseia a quinta-feira, dia de folga de O Pinheiro, que serve almoços e jantares à sexta, sábado e domingo e almoços à segunda, terça e quarta. A filha está a formar-se em Gestão de Marketing na universidade e regressa a casa aos fins-de-semana. “Muita da nossa vida não é como a de uma família normal que está um ou dois dias com os filhos”, desabafa, revelando que os planos são manter o restaurante.

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