Fernando Pinto: a assar frangos há mais de uma década na Póvoa de Santa Iria
Fernando Pinto abriu a Churrasqueira Pintos na Brasa em 2013, na Póvoa de Santa Iria. O espaço mantém-se activo graças ao trabalho diário do próprio e do pai, num negócio onde a proximidade é tão importante como o produto. Para o empresário, cada frango assado é também uma forma de manter viva a relação com os clientes e a tradição da casa.
Fernando Pinto é o rosto da Churrasqueira Pintos na Brasa, aberta em 2013 na Póvoa de Santa Iria, onde está desde o primeiro dia. Natural de Lisboa, foi também na capital que fez o seu percurso escolar, tendo concluído o 12º ano antes de iniciar a vida profissional. A ideia de abrir uma churrasqueira na Póvoa de Santa Iria partiu do irmão, que conhecia a zona e entendeu que fazia falta um espaço dedicado aos grelhados. O projecto avançou em sociedade, mas é Fernando Pinto quem assegura o funcionamento diário da casa.
O empresário reside actualmente em Alhandra, depois de ter vivido em Lisboa, mas passa a maior parte do tempo na Póvoa de Santa Iria, onde trabalha de segunda a sábado. O domingo é o único dia de descanso semanal. Antes de se dedicar à restauração, Fernando Pinto trabalhou na construção civil com familiares, conciliando o trabalho com os estudos. Mais tarde foi segurança privado no Grupo 8 e, posteriormente, motorista de serviços públicos na Carris, função que desempenhou durante cerca de oito anos. Apesar de áreas muito diferentes, considera que todas contribuíram para a sua formação. Sempre quis ter um negócio próprio e procurava maior autonomia, mesmo sabendo que isso implicaria muitas horas de trabalho.
Frango no carvão tem boa saída
Quando abriu a churrasqueira, não tinha experiência directa na área. O início foi de aprendizagem, desde o tratamento do frango aos temperos e à gestão do espaço. Contou com a ajuda dos pais e foi aperfeiçoando o método com o tempo. Actualmente, o funcionamento assenta essencialmente no trabalho do próprio Fernando e do pai, Manuel Pinto, de 66 anos, quase reformado, que está presente diariamente. Em dias de maior movimento, a mãe e os irmãos ajudam pontualmente, não existindo funcionários contratados.
O horário é exigente. Fernando Pinto entra por volta das 9h30 para preparar os almoços, fecha durante a tarde e regressa ao final do dia, entre as 17h30 e as 18h00, encerrando por volta das 21h30. Trabalha muitas horas de pé, mas encara isso como parte do compromisso com o negócio. É pai de dois filhos gémeos, com oito anos, e o pouco tempo livre que tem é passado em família.
O frango continua a ser o produto mais procurado, embora a churrasqueira ofereça também outros grelhados, como entremeada, picanha, febras e salsichas. A confecção em carvão é apontada como o principal factor diferenciador face aos frangos assados em forno. O fornecimento dos frangos é feito por um parceiro habitual, com entregas diárias de madrugada. Os frangos são preparados logo pela manhã, limpos, abertos e temperados.
Aposta na proximidade com os clientes
Em termos de quantificação do trabalho, Fernando Pinto refere que gasta em média dois sacos de carvão por dia, um ao almoço e outro ao jantar. O consumo de óleo ronda cerca de 20 litros por semana. Quanto ao frango, a média situa-se entre 10 a 12 caixas por semana, cada uma com 20 frangos, variando consoante a época do ano e os períodos festivos. Em situações pontuais, surgem encomendas maiores, como um pedido recente de 20 frangos para um jantar de empresa, que exigiu maior logística devido ao espaço disponível.
A casa trabalha sobretudo com clientes habituais, muitos deles fiéis há vários anos. Há quem venha buscar frango sempre no mesmo dia da semana. Para além da venda directa, existe serviço de entregas através de plataformas online, embora a maioria dos clientes prefira levantar o pedido no local. Existem menus com frango e acompanhamento, sendo a batata frita caseira, descascada e cortada no espaço, um dos produtos mais valorizados.
Fernando Pinto considera que cada churrasqueira tem o seu espaço e aposta numa relação de proximidade com os clientes. Muitas pessoas vão não só buscar comida, mas também conversar. Ao longo dos anos, acompanhou histórias felizes e momentos difíceis, criando uma ligação humana que vai além do balcão.
Enquanto pequeno empresário em nome individual, sente que a carga fiscal é elevada e que os pequenos negócios nem sempre são valorizados. Ainda assim, não pretende expandir nem mudar de área. O objectivo é manter a estabilidade, continuar no mesmo local e melhorar gradualmente. Utiliza as redes sociais, como Facebook e Instagram, sobretudo em épocas festivas ou para divulgar menus, quando o tempo permite.


