Internacional | 07-12-2024 13:10

Mensagens de ódio contra os meios de comunicação social não são espontâneas

Mensagens de ódio contra os meios de comunicação social não são espontâneas
Foto: DR

Estudo baseado na análise de mais de nove milhões de mensagens conclui que existe coordenação e que o ódio tem vindo a ser incorporado na cultura.

A difusão pela internet de mensagens de ódio contra os meios de comunicação social, não é espontânea. A conclusão surge na sequência de uma investigação que analisou mais de nove milhões de mensagens.

O trabalho, dirigido por investigadores de Universidad Internacional de La Rioja (UNIR) e com a participação de académicos de outros sete centros, descobriu padrões de escrita, horários e dias em que as mensagens de ódio são recebidas nos meios tradicionais na internet, tanto na rede X e Facebook, como nas suas próprias páginas.

"É muito difícil que cinquenta pares dancem exactamente da mesma forma num salão, replicando os mesmos passos", diz Elías Said, catedrático da UNIR e co-director do estudo, citado no jornal El País.

"Há uma coordenação das mensagens e a maioria não são de pessoas, mas de grupos políticos e ideológicos com interesses muito concretos", acrescentou, a 2 de Dezembro, durante a apresentação do estudo em Pozuelo de Alarcón (Madrid).

Os investigadores não avançam uma hipótese concreta sobre que grupos organizam essa coordenação, mas não acreditam que a maioria desses ataques sejam de simples 'bots' (programa de computador projectado para imitar ou substituir as acções de um ser humano executando tarefas automatizadas ou repetitivas) ou de quintas de trolls de onde um elemento pode criar dezenas de contas falsas que enviam mensagens semelhantes para dar a sensação de uma grande pluralidade.

O resultado do estudo é uma descrição da situação que enfrentam os media espanhóis desde há uns anos. Nas plataformas analisadas, as mensagens são maioritárias de ódio e uma grande parte são mensagens de desprezo, insultos e ameaças.

O estudo, segundo o texto do El País que estamos a citar, converteu-se, este ano, num monitor permanente que analisa, dia a dia o ódio contra os meios de comunicação tradicionais.

Essa monitorização classifica o ódio por intensidade e categoria. Isso permite ver se, num determinado momento há mais ataques contra mulheres, imigrantes, minorias sexuais, políticos, etc…

Também analisa a intensidade porque as mensagens com ameaças podem ter consequências legais e os investigadores descobriram que milhões de mensagens menos importantes acabam por criar um problema para as sociedades, porque permitem incorporar o ódio na cultura. "A normalização de estados de ódio é o perigo mais patente para uma democracia”, refere o investigador

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