Nacional | 25-10-2022 10:30

Uso de medicamento para a diabetes por pessoas que apenas querem perder peso deve ser limitado 

FOTO ILUSTRATIVA – FOTO DR

Utilização indevida do semaglutido, condiciona o acesso aos doentes com diabetes e a prescrição deve ser feita “em consciência”

A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica alertou hoje que a utilização indevida do medicamento semaglutido, também usado para perder peso, condiciona o acesso aos doentes com diabetes e defende que a prescrição deve ser feita “em consciência”. 

Numa orientação hoje divulgada, a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica do Infarmed avisa que a prescrição deste medicamento, indicado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 insuficientemente controlada, mas que está a ser usado para perder peso, deve ter em conta “não apenas os ganhos em saúde para o cidadão individual, mas a saúde global da população, observando-se os princípios éticos de justiça na distribuição dos recursos aos que mais deles necessitam”. 

Lembra que, em Portugal, o semaglutido não tem indicação terapêutica aprovada no tratamento da obesidade, ou excesso de peso, em doentes não diabéticos, pelo que a sua utilização nestas situações se trata de uma utilização ‘off-label’, “que deverá ser discutida com o doente e fora do regime de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. 

A comissão sublinha que este medicamento apenas é comparticipado pelo SNS para o tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 insuficientemente controlada, com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 35 kg/m2, “como adjuvante à dieta e exercício, em adição a outros medicamentos para o tratamento da diabetes, para ser utilizado em 2ª e 3ª linhas terapêuticas”. 

Numa circular também hoje emitida, o Infarmed reconhece que este medicamento “apresenta problemas de abastecimento devido a um aumento de procura significativo e à incapacidade da empresa Novo Nordisk de ajustar o fabrico às quantidades necessárias”, sublinhando que esta situação está a afectar não só Portugal, mas também a maioria dos países europeus e os EUA. 

A Autoridade Nacional do Medicamento acrescenta ainda que, no que se refere às indicações terapêuticas, a informação relevante “será objecto de um alerta específico a inserir na Prescrição Electrónica de Medicamentos (PEM)”. 

Na segunda-feira, na sequência de novas notícias sobre esta polémica, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) veio defender uma “prescrição médica muito controlada” do semaglutido, insistindo que “só deve ser prescrita para as suas indicações precisas, que é, neste momento, a diabete tipo 2 dificilmente controlada por outras formas”. 

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