Mais de metade dos casos de violência sexual aconteceram em casa

O carro do ofensor ou da vítima, casa de banho pública, consultório médico, hospital, hotel, garagem ou local de treino foram outros locais onde ocorreram os 299 casos do ano passado
A imprensa escrita nacional ‘online’ noticiou, no ano passado, 299 casos de violência sexual, mais de metade ocorridos dentro de casa da vítima ou do ofensor, indica o relatório da União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) hoje divulgado.
Analisando notícias publicadas na imprensa escrita em formato digital, a UMAR contabilizou 299 casos de violência sexual em 2021, o que corresponde, em média, a 25 casos por mês.
Desses casos, 62,7% ocorreram na habitação da vítima ou do ofensor, 10,9% em espaço público, 8,8% em local ermo e 5,4% na escola.
O veículo do ofensor ou da vítima, via Internet, numa casa de banho pública, num consultório médico, bem como num hospital, hotel, garagem ou local de treino são outros dos locais onde ocorreram situações de violência de acordo com as notícias analisadas.
A vitimação continuada é o tipo mais presente nos casos noticiados (52%), sendo o tempo médio de vitimação superior a três anos.
O relato dos casos confirma que na maioria das vezes os crimes são cometidos por pessoas conhecidas da vítima. Só em 5,4% dos casos, a vítima e o ofensor não se conheciam.
A violência sexual ocorreu em 87% os casos sobre o género feminino. A idade das vítimas varia, “no caso das raparigas e mulheres”, conforme se lê no relatório, entre os 1 e os 90 anos. No caso do género masculino, o intervalo de idades posiciona-se entre os 5 e os 62 anos. Quanto aos ofensores, 95% são homens e a média de idades é 42 anos.
Quanto às penas aplicadas aos agressores, a UMAR só identificou informação para 31 dos casos noticiados, sendo o tempo médio de nove anos de pena de prisão. Lisboa, Porto e Braga são os distritos que apresentam maior número de casos.