Inquérito às origens étnico-raciais já começou e prolonga-se até Maio
Iniciativa surge depois do Instituto Nacional de Estatística ter decidido não incluir no Censos 2021 uma pergunta sobre aquela matéria.
O Inquérito nacional às Condições de Vida, Origens e Trajectórias da População Residente (ICOT) já arrancou e até já recebeu dez respostas, estando abrangidas mais de 35 mil habitações, com a recolha de dados a decorrer até Maio.
Este inquérito, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE), irá abordar, entre outras questões, a origem étnico-racial das pessoas que residem em Portugal há pelo menos 12 meses, e surge depois de o organismo ter decidido não incluir no Censos 2021 uma pergunta sobre essa matéria, como pretendia a maioria dos membros do grupo de trabalho criado em 2019 pelo Governo para avaliar a questão.
Segundo o presidente do INE, Francisco Gonçalves de Lima, a recolha da informação decorre entre Janeiro e Maio de 2023, tendo chegado já dez respostas. A recolha inicia-se pela internet e avança depois para o telefone ou para o modo presencial, explicou o responsável, em conferência de imprensa.
A amostra abrange 35.035 habitações e a população alvo são as pessoas com idades entre os 18 e os 74 anos residentes em Portugal, sendo apenas entrevistada uma pessoa por habitação, e no caso de haver mais do que uma pessoa elegível para responder, o critério de selecção é o de quem celebrou o aniversário há menos tempo.
As mais de 35 mil habitações estão distribuídas entre 8.055 na zona norte, 6.605 no centro, 1.215 na Região Autónoma dos Açores, 1.530 na Região Autónoma da Madeira, 11.625 na Área Metropolitana de Lisboa, 2.840 no Alentejo e 3.165 no Algarve.
A recolha dos dados será feita em português e em inglês, e haverá entrevistadores, entre os 265 para entrevistas presenciais ou por telefone, preparados para realizar o inquérito em inglês. Está também previsto que o inquérito possa ser traduzido em dez idiomas, como árabe, hindi, bengali, russo ou ucraniano.