Ambientalistas contra apoio do Governo a automóveis híbridos ‘plug-in’
Estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente diz que têm emissões superiores às publicadas pelas marcas e saem mais caros que os 100% eléctricos
A associação ambientalista ZERO defendeu hoje que os automóveis híbridos ‘plug-in’ não deviam ter apoios do Governo, porque não respeitam os critérios necessários, ao contrário do que indicam os fabricantes.
Num comunicado, a ONG fundamenta a sua opinião com um “novo estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente” que indica que os “híbridos ‘plug-in’ apresentam emissões muito superiores às publicadas pelas marcas e saem mais caros aos condutores do que os 100% eléctricos”.
Estudos anteriores da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, organização que a ZERO integra, mostraram resultados semelhantes, indicando que este tipo de automóveis está “longe de ser uma alternativa ambientalmente aceitável aos carros 100% a combustão”.
“Em 2020, um desses estudos, com automóveis SUV híbridos ‘plug-in’, revelou que as emissões destes veículos estavam muito próximas das dum veículo puramente a combustão”, adianta a associação.
Precisa que o novo trabalho incide sobre “três outros modelos de automóveis híbridos ‘plug-in’, um BMW série 3, um Peugeot 308 e um Renault Megane, analisando as suas emissões em diferentes situações de condução e comparando o seu custo total de aquisição, utilização e manutenção com equivalentes 100% eléctricos”.
As emissões mais baixas destes veículos em relação aos de combustão clássica valem-lhes subsídios do Estado em Portugal, que podem representar um desconto de 75% no Imposto Sobre Veículos (ISV) se cumprirem determinados critérios.
“Mas o (novo) estudo demonstra que, na prática, estes parâmetros estão longe de serem cumpridos, pelo que a ZERO entende que o Governo deveria retirar os apoios a este tipo de automóveis, os quais ascendem a vários milhões de euros por ano”.