"Idosos activos são melhores trabalhadores do que os mais jovens"

Advogado e Professor Catedrático Eduardo Paz Ferreira, lança livro contra a discriminação dos mais velhos e o desperdício da sua sabedoria e inteligência.
O advogado e professor catedrático Eduardo Paz Ferreira defende, em livro, que os idosos activos são melhores trabalhadores do que os mais jovens e pretende assim combater o “idadismo”, a discriminação dos mais velhos e o desperdício da sua sabedoria e inteligência.
O professor jubilado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa apresenta, no dia 14, em Coimbra, o livro “Devo Fechar a Porta?”, que reflecte sobre a forma como a idade e a velhice atravessaram a história, a filosofia, a literatura e a religião.
“Ao longo da vida passei por várias actividades profissionais e constatei que há quem não desista de acumular conhecimento, procurando manter-se actualizado e em condições de continuar a dar o seu contributo com a mais-valia da experiência”, afirmou Eduardo Paz Ferreira.
O advogado, de 70 anos, construiu um manifesto contra o “idadismo” – a discriminação em função da idade, nomeadamente no mercado de trabalho - numa sociedade individualista e marcada pela guerra de gerações entre jovens e idosos.
O autor considerou que “a experiência é decisiva e faz com que os idosos, quando se mantêm em actividade, sejam melhores como trabalhadores do que os mais jovens”.
“O problema é que algumas empresas são especialistas em pôr as pessoas mais velhas em prateleiras e empurrá-las para a pré-reforma com rescisões de contratos supostamente amigáveis”, lamentou.
Eduardo Paz Ferreira recordou “que a grande maioria dos anúncios de emprego destina-se a trabalhadores até aos 35 ou 40 anos e muitas empresas encaram como um fardo os trabalhadores acima dos 55”.
Mais do que um livro sobre a condição de um homem que chega aos 70 anos, “Devo Fechar a Porta?” rebate, ponto a ponto, os pressupostos que fundamentam o afastamento profissional de quem se aproxima da idade da reforma.
“É necessária uma atitude firme no confronto com o idadismo”, escreveu Eduardo Paz Ferreira, salientando que “uma sociedade que despreza a sabedoria, inteligência e capacidade de reflexão dos seus membros mais idosos é uma sociedade diminuída”.