Uma média de três pré-avisos de greve por cada dia de aulas
Sindicatos da educação entregaram 569 pré-avisos de greve durante o ano lectivo passado
Os sindicatos ligados à educação entregaram, em média, três pré-avisos de greve para cada dia de aulas no último ano lectivo, revelam dados oficiais que indicam que os serviços receberam 569 avisos prévios de greve.
Entre Setembro de 2022 e Junho de 2023, os sindicatos entregaram 569 pré-avisos de greve, segundo dados da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) analisados pela Lusa.
Entre Setembro e Dezembro de 2022, a DGAEP recebeu 91 avisos prévios e, entre Janeiro e Junho de 2023, outros 478 pré-avisos, com destaque para os meses de Janeiro (86) e de Abril (137).
Estas greves englobam todos os níveis de ensino e estabelecimentos, desde creches ao ensino superior, assim como todos os profissionais de educação, desde auxiliares educativos a professores, mas a grande maioria destas acções afectou os alunos dos ensinos pré-escolar, básico e secundário.
A reivindicação da contagem dos seis anos, seis meses e 23 dias de serviço congelado aos professores e as greves de pessoal não docente por aumentos salariais e pelo fim da precariedade marcaram o dia-a-dia das escolas no último ano lectivo.
Em média, deram entrada mais de três pré-avisos de greve por cada dia de aulas dos alunos do ensino obrigatório, uma vez que todos tiveram menos de 180 dias de aulas.
No entanto, um pré-aviso de greve não é sinónimo de escolas encerradas ou de alunos sem aulas, uma vez que uma greve está sempre dependente da adesão dos profissionais de educação e, segundo o ministro da Educação, João Costa, a maioria das paralisações teve “taxas de adesão completamente residuais”.
A excepção, explicou o governante no final da semana passada, foram as greves convocadas pela plataforma de sindicatos que inclui a Federação Nacional de Professores (FENPROF) e a Federação Nacional de Educação (FNE), que foram greves regionais de alguns dias.
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) foi o que marcou mais greves, tendo convocado uma greve por tempo indeterminado que durou vários meses do passado ano lectivo. Mas, segundo João Costa, a adesão às greves “na maioria dos dias, não chegou a 1%”.