Grupo de cidadãos apela a profissionais de saúde que suspendam formas de luta
Médicos enfermeiros, artistas, professores e músicos, numa petição que tem mais de 500 subscritores, lembram que o Governo deixou de poder tomar decisões de fundo e que as greves apenas prejudicam os utentes
Cinquenta cidadãos, incluindo médicos como Sobrinho Simões e Júlio Machado Vaz, apelam aos profissionais de saúde que suspendam, até à posse do novo Governo, formas de luta que comprometam o acesso dos doentes aos cuidados de saúde.
“Apelamos aos sindicatos e aos profissionais de saúde individualmente para que suspendam as greves e outras formas de luta que de algum modo possam comprometer o acesso aos cuidados de saúde, até que haja de novo um interlocutor legitimado pelo voto”, explica o grupo, que inclui médicos e enfermeiros, mas também artistas, professores e músicos, numa petição que tem mais de 500 subscritores.
Os peticionários lembram que em 08 de Dezembro, com a demissão formal, o Governo deixou de poder tomar decisões de fundo, “deixando de ter sentido a manutenção destas formas de protesto que, no contexto actual, apenas prejudicam os utentes”.
As negociações e as formas de luta poderão ser retomadas com a posse do próximo Governo, acrescentam.
Alexandra Fernandes, médica coordenadora da Via Verde Saúde Seixal e uma das proponentes, explicou à Lusa que está em curso, desde Julho, uma greve dos médicos de família ao trabalho extraordinário, que se reflecte sobretudo nos atendimentos complementares de fim de semana e no atendimento aos utentes sem médico de família.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM disse que a greve se mantém até ao final do ano uma vez que ainda não foi publicado em Diário da República o acordo intercalar firmado então com o Governo.
Contudo, adiantou Roque da Cunha, a estrutura é sensível ao apelo da petição, compreendendo os motivos, pelo que no dia 01 de Janeiro terminará a greve dos médicos de família ao trabalho extraordinário.
A petição colocada online com o titulo "apelo à suspensão de formas de luta dos profissionais de saúde que possam comprometer o acesso a cuidados de saúde até à tomada de posse do próximo Governo" foi criada a 13 de Dezembro e tem actualmente 550 assinaturas.