Quem contacte com bebés e crianças deve lavar as mãos e usar máscara se tiver sintomas gripais
Crianças doentes não deve ir ao infantário e os pais não devem levar os filhos a centros comerciais ou espaços fechados, mas passear ao ar livre porque a temperatura do ar e o frio não faz ficar doente.
Pediatras pediram hoje a quem contacte com bebés e crianças para lavar as mãos e usar máscara se tiver sintomas gripais, para evitar que os mais pequenos contraiam infecções respiratórias, que estão a entupir urgências e internamentos hospitalares.
O coordenador de Pediatria Médica do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, Luís Varandas, e o pediatra Manuel Magalhães da Unidade de Pneumologia pediátrica do Centro Materno Infantil do Norte (CMI) relataram hoje à Lusa que as urgências estão cheias e há muitas crianças internadas com o vírus sincicial respiratório VSR, responsável pela maioria das bronquiolites, mas ressalvaram que é uma situação habitual nesta época do ano.
“É uma situação que estamos habituados a viver todos os anos”, com o vírus a circular de Novembro a Março, causando muita doença nas crianças, muitas infecções respiratórias, com necessidade de internamento numa grande parte das vezes, disse Manuel Magalhães.
Perante esta realidade, os pediatras apelam à adopção de medidas preventivas não farmacológicas, como as utilizadas na pandemia, para evitar contagiar as crianças: lavar as mãos regularmente, usar máscaras caso a pessoa tenha sintomas gripais e fazer a limpeza e o arejamento dos espaços.
“Da mesma forma, se um bebé está doente, evitar que vá ao infantário ou à creche”, disse Manuel Magalhães, sublinhando que o VSR tem “um impacto grande, não só na pediatria, mas também nos mais idosos, pelo que acaba por fazer uma grande pressão em todo o sistema de saúde e nas famílias”.
Aconselhou os pais a não levarem os filhos para centros comerciais ou espaços fechados, onde os vírus circulam “muito mais intensamente”, e passear ao ar livre: A temperatura do ar e o frio não faz ficar doente”.
Segundo Manuel Magalhães, o VSR obriga a que os bebés fiquem no mínimo uma a duas semanas em casa e, durante esse período, muitas vezes, têm de ir duas, três, quatro vezes às urgências, o que obriga os pais a faltarem ao trabalho.
Para minimizar este impacto, os médicos estão a tentar sensibilizar os decisores políticos para que se criem normas que facilitem a vida aos pais.
Luís Varandas apelou, por seu turno, aos pais para não levarem os filhos às urgências se a infecção respiratória tiver sintomatologia leve.
“Não vale a pena virem à urgência”, porque ao ficarem horas na sala de espera correm o risco de apanhar outra infecção respiratória e o ciclo perpetua-se, ficando difícil interrompê-lo se não for alterado este comportamento.
O coordenador realçou que os quadros clínico do VSR e da gripe são “muito mais graves abaixo de um ano de idade” e que leva a muitos internamentos.
“Temos muitos casos internados e temos até casos de crianças que têm de ser transferidas” para evitar que sejam infectadas pelas crianças com VSR ou com gripe internadas na mesma enfermaria.