Julgamento de donos de empresa de massagens por promoverem prostituição
São acusados de ter contratado seis mulheres que trabalhavam em quatro espaços diferentes cobrando entre 60 e 150 euros por actos sexuais.
Uma empresa e os seus três gerentes começam a ser julgados na terça-feira, no Tribunal de Coimbra, por suspeitas de recrutarem mulheres para a prostituição sob o disfarce de supostas massagens.
Os três arguidos – uma empresária de 31 anos, uma esteticista de 38 anos e um chefe de manutenção mecânica divorciado – eram gerentes de uma empresa, com sede em Tentúgal, que tinha como objecto social actividades relacionadas com o bem-estar, como banhos turcos, saunas e massagens, entre outras, refere a acusação a que a agência Lusa teve acesso.
A partir do início de 2018, os três arguidos terão colocado anúncios no ‘site’ OLX e no jornal Diário de Coimbra com o objectivo de recrutarem mulheres “para o exercício da actividade de prostituição, sob o disfarce de massagistas”, acusa o Ministério Público.
Segundo a acusação, os arguidos terão contratado seis mulheres que trabalhavam em quatro espaços diferentes detidos pela empresa, dois em Coimbra, um na Figueira da Foz e outro em Leiria.
Dentro dos espaços, as mulheres cobravam valores previamente fixados pelos arguidos, que iam de 60 euros por “massagens em que as funcionárias envergavam apenas uma bata”, a 120 euros ou 150 euros por massagens de “descompressão manual, que incluíam actos masturbatórios e/ou outras práticas sexuais, incluindo cópula”.
De acordo com o Ministério Público (MP), as mulheres contratadas recebiam inicialmente formação por parte da esteticista que fazia parte da gerência da empresa e eram incentivadas a “praticar actos sexuais com os clientes” e ficavam com 50% do valor cobrado
A acusação refere ainda que os estabelecimentos explorados pelos arguidos acabaram por interromper a sua actividade em Março de 2020, devido à pandemia de covid-19. No entanto, um dos estabelecimentos foi reaberto, já depois de o inquérito criminal ter sido aberto.